Vasco e outros clubes cariocas ainda não receberam recursos do Rio Show de B

\"Esta é mais uma iniciativa para incentivar a maior paixão dos fluminenses e dos brasileiros, que é o futebol. Queremos que o Campeonato Estadual, no ano de seu centenário, volte a ser como nos velhos tempos\".

A promessa foi feita pela governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, no último dia 17 de janeiro. Até agora, porém, o projeto \"Rio Show de Bola\", criado para gerar uma receita extra de pelo menos R$ 3 milhões para cada um dos quatro grandes clubes do estado, não decolou.

O plano do governo fluminense, feito em conjunto com a empresa de marketing esportivo SportPlus, previa o lançamento de uma \"raspadinha\" da Loterj chamada \"Tá na Rede\" e a manutenção do projeto \"Gol de Placa\", de venda de ingressos a R$ 1 a partir da apresentação de notas fiscais pelos consumidores.

Além disso, como maior meio de se financiar o projeto, seria feita a venda de oito cotas de patrocínio no valor de R$ 10 milhões cada uma. As empresas que obtivessem as cotas poderiam explorar placas de publicidade nos estádios fluminenses durante todo o ano, além de usar imagem de jogadores dos clubes em campanhas institucionais.

Mas, com o campeonato em sua quarta rodada, nenhuma cota foi vendida, a loteria não foi lançada e os clubes começam a desconfiar da possibilidade de receber o valor mínimo de R$ 3 mi, que seria dado pela Federação do Rio (Ferj) em parceria com o governo.

\"Ainda estamos resolvendo alguns detalhes. Alguns aspectos jurídicos em relação ao projeto\", afirma Luís Carlos Silva, um dos sócios da SportPlus.

Na última semana o governo do Rio anunciou a diminuição no valor de cada uma das oito cotas colocadas à venda para financiar o projeto. De R$ 10 milhões, cada propriedade será comercializada a R$ 5 mi. A redução, segundo Francisco de Carvalho, secretário de esportes do Estado, foi feita para atender à Lei de Incentivo ao Esporte, que impõe um limite à isenção de empresas.

A diminuição do valor deverá fazer com que os clubes recebam ainda menos que o mínimo prometido pelo governo. Além disso, a idéia de se usar a imagem dos atletas, anunciada por Rosinha, é vista com ressalvas por alguns clubes.

\"Nós acreditamos muito no projeto. Mas os direitos de imagem pertencem ao clube. Se um dos parceiros do projeto quiser fazer alguma mídia com um dos nossos atletas, precisa haver uma conversa, um acerto\", diz Jefferson Mello, diretor de marketing do Botafogo.

O \"Rio Show de Bola\" já foi apresentado, segundo o governo, para empresas como Coca-Cola, Embratel, Peugeot, Itaú e Ambev. De acordo com Luís Carlos Silva, um dos sócios da SportPlus, as duas últimas empresas fecharam o acordo para ser cotista da iniciativa. O anúncio, porém, não foi feito por nenhuma das partes e também não foi passado aos clubes.

\"Não temos novidade. Até onde eu sei, nenhuma cota foi comercializada\", diz Marcus Duarte, executivo de marketing do Flamengo.