Maurício Copertino, em uma entrevista concedida uma semana antes de acompanhar Vanderlei Luxemburgo e trocar o Vasco pelo Palmeiras na virada do ano, revelou que tinha um plano bem específico para Talles Magno, assim que acabasse as férias: trabalhar muito para aprimorar as finalizações do menino-prodígio de 17 anos, sensação do futebol brasileiro no segundo semestre de 2019. A evolução nas conclusões ainda é uma necessidade, mas o pior é que outros atributos do jogo do garoto, antes tão elogiados, estão estagnados. É o que a temporada mostra e o que o jogo contra o Sport, nesta quinta-feira, reforçou.
Escondido no campo
Dados levantados pelo site "Sofascore" mostram o mapa de calor de Talles Magno contra os pernambucanos. O garoto apareceu basicamente espremido à linha lateral do lado esquerdo do campo, na altura da intermediária. Em meio à boa atuação de Benítez, que se sente muito à vontade para cair no ataque aberto pela esquerda, o garoto ficou sem espaço para avançar. Sem procurar outro lugar no campo, ele se apagou.
Pouco acionado
Quando se está mal posicionado, o problema seguinte é ser pouco acionado. Talles Magno deu apenas 30 toques na bola na partida. Apenas Germán Cano participou menos do jogo dos titulares de linha, o que é normal, por ser o centroavante, responsável pelo último toque. Talles acabou sendo até menos participativo que Gabriel Pec, que foi titular e teve atuação apenas mediana.
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Sem dar sequência às jogadas
Talles Magno teve o menor percentual de passes certos entre os titulares. O garoto, que pouco recebeu a bola, acertou 64% dos passes, nove dos que tentou. A dificuldade ficou mais evidente no primeiro tempo, quando a pressão do Sport na marcação diminuiu os espaços e o tempo para pensar a melhor jogada. Isso fez com que o time tivesse dificuldades para sair em contra-ataque. Gabriel Pec teve 84% de êxito no mesmo fundamento.
Boas lembranças
Desde o ano passado considerado a melhor e maior alternativa de transferência para o Vasco fazer caixa, Talles Magno precisa antes voltar a repetir atuações como a que teve na vitória sobre o São Paulo, em agosto do ano passado. O garoto marcou um gol no triunfo por 2 a 0, com direito a show no duelo direto com o astro espanhol Juanfran.
Um ano depois, domingo, voltará a enfrentar o Tricolor paulista atrás, no melhor dos mundos, de um gol que acabe com o jejum de 16 partidas oficiais sem marcar. Mas para isso é preciso que o Vasco encontre, de sua parte, algo que possa fazer de diferente para reencontrar o caminho de evolução da promessa. As duas lesões, uma ano passado, outra este ano, atrapalharam a sequência da joia, mas já ficaram para trás.