O resultado talvez não diga isso se olhado superficialmente, mas o empate do Vasco em 1 a 1 com o Athletico-PR expôs mais pontos positivos do que negativos do time comandado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Em São Januário, neste domingo, o Cruz-Maltino oscilou, mas mostrou poder de reação na 20ª rodada do Campeonato Brasileiro.
No Vasco desde a quinta partida do Brasileirão, Luxemburgo, agora, começa a ser mais "ousado" graças ao tempo de trabalho. Propôs, contra o Athletico-PR, uma marcação mais avançada para não dar tanto espaço ao adversário na saída de bola. Em contrapartida, graças ao poder do atual campeão da Copa do Brasil, teve dificuldades para sair jogando, também.
Veja, abaixo, como foi o empate em 1 a 1 em São Januário:
Depois da derrota por 2 a 0 para o Bahia, também em São Januário, Luxemburgo citou a qualidade da marcação do adversário na saída de bola do Vasco. Naquela ocasião, seu time não tinha conseguido jogar e não soube sair das armadilhas criadas por Roger Machado. Diante do Athletico-PR, o Cruz-Maltino teria os mesmos problemas, mas colocou em prática o que seu treinador pediu.
Luxemburgo optou, neste domingo, por não sair jogando com troca de passes. O técnico quis que o Vasco jogasse com bolas longas, para que Ribamar disputasse no alto, e Talles ou Rossi aproveitassem a sobra ou a tradicional "casquinha". No primeiro tempo, deu certo em duas oportunidades.
É pouco, claro, para criar em um volume alto dentro de casa, mas o Vasco enfrentou um adversário que marca bem a saída de bola e teria imposto dificuldades ainda maiores em caso de erros em trocas de passes perto da área defensiva.
Talles em tarde de oscilação e destaque
O garoto, um dos principais jogadores do Vasco desde quando foi promovido ao time profissional por Luxemburgo, oscilou - até que demorou para isso acontecer. Aos 17 anos, normal. Talles Magno não foi tão brilhante diante do Athletico-PR como vinha sendo nas últimas rodadas, mas, mesmo assim, teve seus momentos de felicidade.
No primeiro tempo, Talles pouco apareceu. Tocou pouco na bola e, quando acionado, não conseguiu se destacar. Depois do intervalo, melhorou - assim como todo o Vasco. O garoto conseguiu dar trabalho para a defesa do Athletico-PR e até jogou pela direita, não apenas pela esquerda.
Saída infeliz, apesar da regularidade
Fernando Miguel não costuma ser um goleiro de defesas milagrosas ou de falhas. Mantém a regularidade e se destaca, também, pela liderança que exerce sobre seus companheiros - na ausência do capitão Leandro Castan, carrega a braçadeira de capitão. Contra o Athletico-PR, porém, o goleiro falhou.
O lance que terminou com gol do lateral-direito Madson teve uma saída ruim de Fernando Miguel de debaixo da trave para tentar interceptar um cruzamento da direita. O goleiro, é claro, ainda é merecedor de crédito.
Madson corre para comemorar o gol contra o Vasco — Foto: André Durão
O que de mais novo se viu no Vasco contra o Athletico-PR foi uma maneira diferente de se comportar quando não tem a bola. Quem acompanha os treinamentos de Vanderlei Luxemburgo durante as semanas no CT do Almirante sabe que ele tem tentado aprimorar o poder de marcação em pressão da equipe.
Contra o Furacão, viu-se um Vasco não tão defensivo e tentando interceptar bolas já no campo de ataque, diferentemente do caminho escolhido nas rodadas iniciais de Luxemburgo à frente do time. A ideia do treinador é fazer com que a bola volte aos pés do goleiro adversário para que seus atacantes e meia encaixem a marcação nos volantes.
Em algumas oportunidades diante do Athletico-PR, Ribamar, Rossi e Talles avançavam e faziam os zagueiros devolverem ao goleiro Santos, mas a qualidade dele com os pés não gerava tantos problemas para os visitantes.
Em uma tarde não tão feliz dentro de campo, o Vasco tem outro motivo para comemorar: a parceria com os torcedores nas arquibancadas. Mesmo com o empate em casa, os jogadores do Cruz-Maltino deixaram o gramado sob aplausos de reconhecimento pelo poder de reação e os pontos positivos apresentados.
Durante o confronto, que teve momentos de apagão do Vasco e superioridade do Athletico-PR, os torcedores só apoiaram - quase não se ouviu impaciência ou reclamações nas arquibancadas. Luxemburgo ficou satisfeito com o que viu e ouviu em São Januário.