À caça do técnico ideal, clube prioriza opções bem diferentes das últimas te

Ao que tudo indica, dificilmente o Vasco repetirá a fórmula de treinadores jovens e “paizões”, que se instalou com Dorival Júnior e Vágner Mancini, demitido na madrugada de ontem. A provável escolha da diretoria, que ainda não tem data para sair, está bem mais entre Celso Roth e Tite, desempregados.

Por longas seis horas, em São Januário, o presidente Roberto Dinamite, o diretor Rodrigo Caetano e o vice de futebol, José Hamilton Mandarino estiveram reunidos para debater os nomes e intensificar os contatos com os pretendentes. A dupla à frente no páreo é bem quista no clube, mas depende de discussão salarial, sobretudo. Roth, em um primeiro momento, já teria recusado assumir em meio à crise, por conceito. Assim, o técnico dos juniores, Gaúcho, orientará o time no coletivo de hoje de manhã, no campo da Marinha.

– Estamos em busca da melhor alternativa, mas não há muitas opções no mercado, com os campeonatos em andamento. Precisamos de alguém pronto e disposto para levantar o moral e motivar a equipe para as duas rodadas – indicou Caetano.

Outras possibilidades foram levantadas, quase todas relacionadas às opções que o Vasco já procurava em dezembro, antes de investir em Mancini. Mas Abel Braga, Muricy e PC Gusmão se mostram inviáveis.

O jeitão gaúcho de ser, terra natal do homem-forte do futebol, deverá, portanto, imperar na Colina. Fato que não intimida o grupo, apesar de certa estranheza de Fernando.

– Jamais trabalhei com nenhum turrão, não sei se por sorte ou por azar (risos). Nesses dez anos de carreira, sempre ouvi muito papo e parceria. Vamos ver no que dá – disse o camisa 4, sem emitir opinião a respeito do caso, que a cúpula toca: – Apesar do tempo aqui, não interfiro no trabalho deles, assim como não fazem no nosso. E o Rodrigo (Caetano) é inteligente e capaz de fazer a escolha certa.

Mas engana-se quem pensa que o favorito Roth não deu o braço a torcer ao longo do tempo. Animado, tem sido muito menos arredio à imprensa, embora negue a oferta.

– Não dá para ignorar o Vasco.

Há uma necessidade e, caso houvesse um acordo, eu estaria pronto, sim, para começar a trabalhar de imediato – cravou ele, que por pouco, não acertou há três meses, à ESPN Brasil.

Com pressa e cuidado, também, o Vasco costura um acordo no Sul.

Perfil

3 Títulos Gaúchos conquistou Tite ao longo da carreira. O treinador foi campeão por Internacional, Grêmio e Caxias.

2 Vezes Roth ganhou o Gauchão uma vez a menos do que Tite. Mas também levou a taça no comando da dupla Gre-Nal.

Trajetória idêntica?

Caso Celso Roth seja escolhido, o Vasco seguirá o caminho exato do Grêmio em 2008. O que é um dado positivo, já que os gaúchos conquistaram uma vaga na Libertadores do ano seguinte, com o vice-campeonato brasileiro. Tudo porque Vágner Mancini começou no comando, foi demitido e o técnico em questão também o rendeu.

A passagem de Roth por São Januário, no entanto, não foi a ideal. Após um início promissor, sofreu uma sequência de maus resultados e terminou, em 2007, com 15 vitórias, sete empates e 15 derrotas, mais do que o dobro do antecessor.

O executivo Rodrigo Caetano chegou a citar a semelhança da trajetória após a derrota para o Olaria, mas ainda sob a crença de que Mancini daria jeito no time cruzmaltino.

Além disso, Roth já avisou que não se importaria de encarar outro clube com um elenco limitado.

– Não é o ideal, é claro, mas, às vezes, tem sobrado para mim – apontou o treinador.