Por que o Vasco não operou GB para corrigir o desgaste no ligamento do joelho direito, problema que a princípio impediu a venda do jovem atacante ao Fenerbahçe? O negócio frustrado com o clube turco levantou essa questão.
O departamento médico do Vasco monitorava a situação de GB desde outubro do ano passado, quando ele sofreu um trauma a serviço da seleção brasileira sub-20. O jogador nunca se queixou de dores ou apresentou alguma restrição, no entanto. Por isso, a decisão do Fenerbahçe de suspender a negociação causou surpresa.
O clube aguarda o sinal da diretoria de que de fato o negócio com os turcos não será concluído para se pronunciar e dar explicações sobre o caso.
Na ocasião, na volta de GB da seleção, o Vasco foi avisado pela CBF sobre a pancada que ele havia sofrido. O departamento médico vascaíno seguiu o protocolo indicado para casos como esse e submeteu o jogador a uma ressonância magnética, que indicou um estiramento ligamentar crônico no joelho direito, sem sinal de lesão aguda. Não houve sequer edema.
A opinião de um radiologista de confiança do clube reforçou o diagnóstico. A etapa seguinte do protocolo foi submeter GB a uma semana de testes para estressar a região da lesão, com exercícios de mudança de direção e saltos, e avaliar a reação do atleta. O atacante realizou todos os movimentos e não alegou qualquer tipo de incômodo, nem dessa vez nem recentemente.
Menos de um mês depois, GB estava em campo pelo Vasco sub-20 em amistoso contra a mesma seleção brasileira - os comandados de Ramon Menezes venceram por 9 a 0 a atividade realizada na Granja Comary, em novembro.
GB ficou à disposição dos jogos na reta final de 2024, participou do início ao fim da pré-temporada deste ano e foi titular nos dois primeiros jogos do Campeonato Carioca, contra Bangu e Nova Iguaçu. As vezes em que ele ficou fora da relação foram por problemas musculares e nada tiveram a ver com o comprometimento ligamentar.
Como GB não acusou dores nem uma vez sequer, e o problema no joelho não o impede de performar, o departamento médico do Vasco não optou pela cirurgia. "A clínica é soberana. Aqui a gente trata o atleta, não os exames", afirmou ao ge um funcionário do Departamento de Saúde e Performance. O clube entende que não faz sentido operar um jogador pelo risco de uma lesão que ele pode nunca chegar a sofrer.
A título de curiosidade, GB é um dos jogadores do elenco do Vasco com maior nível de força de posterior da perna direita, de acordo com resultados de testes feitos no clube.
Caso GB de fato não seja vendido ao Fenerbahçe, e seus exames na volta ao clube indiquem as mesmas condições apresentadas antes da viagem a Istambul, ele será liberado pelo departamento médico para ficar à disposição dos treinos e jogos.