Roberto Dinamite, que morreu ontem aos 68 anos, foi campeão brasileiro pelo Vasco, acumulou títulos estaduais, artilharias e se aposentou como o maior jogador da história do clube. A idolatria da torcida o fez chegar à Presidência em 2008, mas ele viveu altos e baixos como dirigente.
Dinamite assumiu o cargo cercado de expectativa por interromper a "era Eurico Miranda", à frente do clube desde 2001, e comandou o Vasco até 2014. Em duas gestões, porém, acumulou duas quedas para a Série B do Campeonato Brasileiro. De positivo, a conquista inédita da Copa do Brasil, em 2011.
O peso dos rebaixamentos marcou a passagem de Dinamite como presidente do Vasco. Em entrevista ao UOL Esporte em dezembro de 2017, três anos após deixar o cargo, ele admitiu que sua imagem como ídolo foi manchada.
"Aí você fala o seguinte: Pô, mas isso para você foi legal? Não. Foi ruim. Ruim no aspecto da minha imagem como ídolo, da minha carreira. Mas a vida tem desafios, cara. Se você se acomodar, achar que isso não pode... Às vezes, é no momento mais difícil que você se supera", disse Dinamite.
No fim das contas, pesado na balança o craque e o cartola, Dinamite se via em paz com seu time de coração.
"O Vasco não me deve nada. Eu também, como jogador, não devo nada ao Vasco."
Maior alegria no Vasco
Apesar dos dois rebaixamentos, Dinamite afirmou à reportagem que sua maior alegria no clube foi como dirigente — o título da Copa do Brasil de 2011.
"Foi o momento mais feliz, até do que os períodos de conquista de títulos como jogador. Quando chegamos de Curitiba, levamos quase quatro horas do [Aeroporto] Santos Dumont até São Januário", lembrou Roberto em 2017.
Entre os destaques daquele time, estavam o goleiro Fernando Prass, o zagueiro Dedé, o então meio-campista Diego Souza e o atacante Alecsandro.
"As pessoas criticam [minha gestão], mas eu trouxe o Rodrigo Caetano, que hoje é referência na função, e um elenco muito forte", completou Dinamite.
Erros e acertos
Dinamite afirmou ao UOL que seu maior erro foi ter buscado a reeleição, entre altos e baixos como presidente do Gigante da Colina.
Eu quis cumprir uma etapa no Vasco. Não fui presidente por vaidade, fui para tentar fazer alguma coisa pelo clube que me deu oportunidade de ser quem eu fui. Eu só acho que, na minha administração, se errei foi ter continuado no segundo mandato. Não consegui unir as pessoas."
Se como dirigente a passagem de Roberto Dinamite pelo Vasco foi desgastante, enquanto jogador ele era tratado como "O Maior de Todos".