O clássico deste sábado entre Botafogo e Vasco promoverá um encontro entre quatro jogadores com passagens pelo rival. São dois para cada lado. Abedi e Marcelinho, ex-Vasco, defendem as cores do Glorioso e Beto e Jonílson, que passaram por General Severiano, agora estão na Colina Histórica. Mas, apesar da rivalidade dentro de campo, estes atletas têm muito o que agradecer a seus ex-clubes.
Pouco conhecidos no cenário nacional, Abedi e Marcelinho encontraram no Vasco a vitrine perfeita para dar um salto em suas carreiras. Marcelinho, que antes só havia atuado por Real Salvador-BA e Confiança-SE, chegou ao Vasco em 2006 e aos poucos foi conquistando seu espaço no time. No ano passado ele chegou a ser titular em algumas partidas. Graças à visibilidade que alcançou no rival, ele se transferiu para o Botafogo, inicialmente para compor o elenco.
Com mais tempo em São Januário e com um pouco mais de destaque em sua passagem pelo clube, o polivalente Abedi permaneceu de 2005 até metade de 2007 no Vasco, onde chegou a jogar como ala pela direita. Depois acabou indo para o futebol de Israel, onde teve uma passagem curta pelo Hapoel Tel Aviv e voltou ao Brasil para acertar com o Botafogo.
Beto jogava no Dom Bosco (MT) e chegou ao Botafogo em 1994, em troca de 50 pares de chuteiras, usadas. Mas seu início de carreira foi arrasador, quando foi fundamental na conquista do Brasileiro de 1995. Em 1996, Beto foi vendido por US$ 3,5 milhões ao Napoli, da Itália. E chegou a ganhar a Copa América pela Seleção Brasileira, em 1999.
Após passagens por Fla, Flu, Vasco e futebol japonês, Beto retornou ao Vasco no início deste ano. Ele lembra com carinho de seu início no Botafogo, mas apesar de ainda ter amigos em General Severiano, ele garante que todos no Vasco vão fazer de tudo para vencer.
- Todo mundo considera o Botafogo favorito, nós corremos por fora. Vamos fazer o nosso melhor nesta partida, é um jogo-chave. Se vencermos, igualamos os pontos com eles. Está todo mundo ciente do que tem que ser feito - garante, acrescentando - Cheguei no Botafogo em 1994, foi lá que tudo começou. Do elenco atual deles conheço o Túlio e o Zé Carlos, principalmente por ter jogado no Japão. Mas na hora do jogo não tem essa de amigo - afirma.
Já o cabeça-de-área Jonílson, revelado pelo Volta Redonda, fez boas partidas pelo Botafogo no Brasileiro de 2005. Porém, no fim daquele ano, alegando salários atrasados, ele entrou na justiça contra o clube e no início de 2006 o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro autorizou o jogador a transferir-se para o Cruzeiro.
Na sua apresentação em Belo Horizonte, o atleta brincou em uma entrevista coletiva, na qual disse que estava feliz por defender um grande clube. Mas a brincadeira pegou mal no Botafogo e na sua torcida, que não o perdoa até hoje pela declaração.
Jonílson teve uma passagem apagada no clube mineiro, onde sofreu com diversas contusões e permaneceu lá até o fim de 2006, quando aceitou uma proposta do Vegalta Sendai, do Japão. Após um ano no futebol japonês, o jogador regressou ao Brasil para defender o Vasco, clube pelo qual tem feito boas atuações neste início de temporada. Ele diz que não guarda mágoa do Botafogo, mas vai se esforçar ao máximo pela vitória.
- O Botafogo é passado e já aviso que sábado não haverá moleza para o bom ataque deles. Daqui para frente só quero falar no Vasco e comemorar um namoro que está nascendo com a torcida cruzmaltina - conclui.
<img src="http://www.lancenet.com.br/resources/375471.jpg">