Abuda pode ainda ser desconhecido da torcida do Vasco, mas nas categorias de base andava com um craque que já ganhou fama internacional. Entre os 15 e 18 anos, o novo reforço do time carioca dividia o espaço com Paulo Henrique Ganso, hoje no Santos, e pegava até carona com o meia para ir aos treinos do Paysandu, em Belém. Parte da intimidade se perdeu com o tempo de afastamento, mas o ex-volante do Cruzeiro-RS espera reencontrá-lo logo em campo.
- Ganso é meu amigo, tivemos uma parceria forte e o sonho de chegarmos a um time grande. Aconteceu primeiro para ele, até pelo talento imenso que sempre teve, mas agora a minha oportunidade chegou e vou agarrá-la. Não tive tempo de falar com ele desde que acertei com o Vasco, imagino que ele já tenha visto. Vai ser uma alegria jogar contra ele - disse.
Apesar de a aproximação ter acontecido por vestirem a mesma camisa, na escola eles eram rivais. O Papão oferecia bolsas de estudo a seus atletas em locais diferentes.
- Jogávamos futsal em times diferentes e tinha essa disputa mesmo. Na época, eu era pivô e ele, ala. Fui atacante no campo depois, até virar volante de vez. Um técnico disse que eu não deixava os atacantes em paz e me mudou. Mas, fora dali, a amizade prevalecia. Eu pegava até carona com a tia Creuza (mãe de Ganso) na metade do caminho para o clube. Morava longe e só tinha o dinheiro para um ônibus. Aí, saltava num ponto e ia de carro com ele - conta Abuda, que aproveitava para filar o lanche que a tia levava para quem tinha pouco o que comer.
Daquela safra, segundo o jogador, ainda surgiram os atacantes Rafael Oliveira, hoje no Avaí, Moisés, ex-Santos e atualmente no Ipatinga, e o meia Giovanni, do Atlético-MG. O volante cruz-maltino lamenta que muitos não tenham atingido o sonho por falta de estrutura dos clubes, da própria família ou por não terem tido uma oportunidade real no futuro. Abuda escapou desta lista, mas explica o motivo de só ter tido destaque agora, aos 23 anos.
- Faltou espaço, fui pouco visto na Ferroviária-SP, depois no Petrolina-PE. Agora é que tive uma sequência de mais de um ano no Cruzeiro e pude desenvolver meu trabalho. Vai somar muito para mim estar lado a lado com jogadores como Felipe e Juninho, de nível de Seleção. Agora é batalhar para conquistar meu espaço aos poucos no Vasco - comentou.