Está em fase final de produção o processo que pode dar ajudar a manter o Vasco na elite do futebol brasileiro. O advogado Luis Roberto Leven Siano definiu que utilizará, primeiramente, as histórias de 25 pessoas que estiveram na Arena Joinville, no dia 8 de dezembro, data em que o uma briga generalizada na arquibancada interrompeu o jogo contra o Atlético-PR por 73 minutos e marcou o rebaixamento do clube carioca após a posterior goleada por 5 a 1. A ação, porém, só deve ser protocolada na Justiça após a divulgação da tabela do Brasileirão da Série A, com data limite para 19 de fevereiro. Assim, em caso de deferimento, a pressão pelo curto tempo pode dificultar a CBF.
A diretoria cruz-maltina acompanha com interesse o andamento da situação, mas prefere não se envolver e indicou a Leven Siano, que se ofereceu para representar o clube, que não irá à Justiça Comum. O advogado teria pedido R$ 60 mil pelos gastos com os torcedores, mas o Vasco rejeitou o apoio direto. Segundo ele, a complexidade do cenário e o número de interessados são os motivo da falta de pressa e da escolha minuciosa do caminho criminal a seguir.
- É uma ação muito articulada. Ainda estou recebendo a documentação de todos pelo correio, como comprovantes, procurações assinadas... A ideia é esperar para ver o que a CBF vai fazer e reunir provas contra a entidade. Meu objetivo principal é prender o Marin (presidente da CBF) e o Petraglia (presidente do Atlético-PR). A questão esportiva é menor. Isso é uma consequência do que vai acontecer. E ainda tem muita coisa para acontecer nos outros casos até lá.
Leven Siano afirmou que tem um cadastro com três mil pessoas e teve que selecionar para evitar desvirtuar a argumentação. Ele optou por famílias com crianças que foram derrubadas no chão em meio à confusão, deficientes e outros tantos que viajaram de longe e foram lesados pela falta de itens de segurança no estádio, especialmente o próprio policiamento.
Na segunda-feira, dois vascaínos perderam processo no 12º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, sob a alegação de que "para o torcedor, pessoalmente, não há legitimidade ativa para discutir a matéria". Como estes, outros já tentaram isoladamente obter indenização, mas normalmente trata-se de vascaínos que reclamam como consumidores de pay-per view e não sofreram na arquibancada com o tumulto, o que potencializa a razão da ação e da discussão. Além disso, Leven Siano não acredita que acionar o Juízado seja a melhor saída para o caso.
Embora rechace o objetivo de auxiliar o Vasco a escapar de disputar a Série B, o advogado lembra de outro escândalo que mexeu com a tabela do campeonato e compara com o atual.
- Quando se fala em anular 11 jogos, como em 2005 (na chamada "Máfia do Apito"), todo mundo acha normal. Agora, impugnar um, tendo em vista todos o absurdo que ocorreu, não pode?
Leven Siano também aposta na inocência da Portuguesa e critica a CBF:
- A punição jamais poderia ser de quatro pontos. Tem de ser de um, de acordo com o código da Fifa, que já exigiu que a CBF mudasse e não foi feito. São 12 anos de desatualização.