Apesar de todo o conforto do novo Maracanã, que reabre neste domingo para os clubes cariocas com o clássico Fluminense x Vasco, a sua memória permanece trancada. Os itens históricos do estádio, dispostos em locais como a rampa em frente à estátua do Bellini, no caso do busto de Garrincha, permanecem sem lugar para ficar e sem previsão de quando poderão voltar a ser apreciados pelos torcedores. A questão é tratada como batata quente pela Suderj e o Consórcio Maracanã S.A.. Enquanto o órgão estatal tem a missão de guardar os artefatos, patrimônio público, a empresa é a responsável por dizer se e onde esse acervo será utilizado no novo estádio.
A Suderj informou que o material está à disposição do consórcio, desde que seja usado dentro das dependências do Maracanã. A assessoria do Consórcio Maracanã, por sua vez, disse que \"a estátua em homenagem ao Garrincha, assim como todo o acervo histórico do estádio, está sob a guarda da Suderj e ainda não foi repassado\". Diante do impasse, o público ainda não tem previsão de novamente poder voltar a visitar a calçada da fama ou se deparar com partes da história do estádio.
O busto de Garrincha, bem como sua camisa, chuteira e formas dos pés, estão trancados em uma sala, nas dependências do Maracanãzinho, bem acomodados. Lá também se encontra o material relativo ao milésimo gol de Pelé, em cobrança de pênalti contra o Vasco, em 19 de novembro de 1969 - entre outros itens, o canto esquerdo da baliza defendida por Andrada onde a bola, também exposta em um cubo de vidro, entrou. A estátua de Zico está no saguão de entrada que dá acesso à sala. Ambos os ambientes são climatizados.
Os demais itens, como o restante da calçada da fama, estão guardados sob os cuidados de um antigo funcionário, de acordo com a assessoria da Suderj. Eles estão acomodados em um depósito ao qual o GLOBOESPORTE.COM não teve acesso, pois estava trancado no momento da visita e a pessoa responsável não se encontrava no local.