É difícil um discurso de uma equipe sair do usual quando as perguntas giram em torno do melhor adversário para enfrentar ou qual competição se deve priorizar. Mas o Vasco, que tem vantagem boa na Copa do Brasil e sofre no Brasileiro da Série B, saiu de cima do muro de vez. As duas entrevistas da véspera do segundo confronto com a Ponte Preta pela competição de mata-mata expressam o sentimento do time: por incrível que pareça, diante das dificuldades na Segundona, o campeonato que dá vaga para a Libertadores está em segundo plano. Nesta quarta, porém, a partida é pela Copa do Brasil, novamente contra a Macaca, às 22h, em São Januário.
O técnico Adilson Batista esbanjou sinceridade ao falar do assunto.
- Se pudesse trocava os resultados de quarta e de sábado - admitiu o treinador.
Ou seja, Adilson preferia empatar por 0 a 0 pela Copa do Brasil e disputar a vaga para as oitavas de final em São Januário. No lugar de um empate que deixava a vaga na outra competição em aberto, gostaria de um 2 a 0 sobre a Macaca, que não deixaria o time na incômoda 10ª posição na tabela da Segunda Divisão do futebol brasileiro.
O zagueiro Rodrigo foi na mesma linha. De volta ao time depois de três jogos fora, ele forma a zaga ao lado de Douglas Silva. O experiente jogador admitiu o incômodo com a posição na Série B e pouco falou do jogo com a Ponte - o terceiro seguido entre as equipes, em apenas oito dias.
- Se você acompanhar o noticiário, só falam disso todos dias. Isso incomoda. Sabemos que amanhã é outra competição e vamos tentar vencer aqui também, mas jamais jogamos pelo empate antes. Se pensarmos que em dois jogos fora de casa, conquistamos uma vitória e um empate, é normal. Mas a realidade é que são campeonatos diferentes. E o que mais mais incomoda é a nossa colocação na Série B - lembrou Rodrigo.
Na opinião do zagueiro, o futebol que o time vem jogando não condiz com a posição na tabela da competição. Sem pedir qualquer mudança de postura ou ausência de cobrança dos torcedores, pela má colocação na Série B, ele acha que a pressão seria menor caso fosse analisado o desempenho do time mesmo nas partidas que terminou empatando no campeonato.
- Pelo que a equipe está demonstrando, não pelo que joga, mas mais pelos resultados, acho que isso que traz a cobrança da torcida. Estamos encontrando dificuldades ainda, temos que surpreender mais os adversários, porque todo mundo aqui vai jogar com 11 atrás da linha do meio de campo. Se cada um fizer algo diferente, a gente pode fazer mais gols e a torcida vai nos apoiar - afirmou o zagueiro do Vasco.