O "Mais Vasco" colocou definitivamente a escola na avenida. Nesta sexta-feira, o grupo lançou candidatura e oficializou que participará da eleição para presidente do Vasco. De preferência, com Jorge Salgado como cabeça de chapa. Caso contrário, escolherá candidato no quadro interno, mas uma coisa, de acordo com Adriano Mendes, é certa, independentemente de quem venha: será uma gestão descentralizada.
Em entrevista, o ex-vice-presidente de controladoria da gestão Alexandre Campello afirmou que está em prospecção de R$ 150 milhões de aporte inicial, para o primeiro dia de administração, caso o grupo seja eleito. Mendes explicou também como pretende chegar ao montante. Ele comentou ainda o fato de grande parte do "Mais Vasco" ter feito parte da atual diretoria, da qual hoje é oposição.
De onde veio o "Mais Vasco"?
Ele vem da insatisfação com a situação do clube. Quem é vascaíno de verdade traz uma frustração de 20 anos. É difícil aceitar uma parte importante da vida da gente estar como está. Em relação à união em si, ela acontece pelo pensamento próximo, por um diagnóstico que é comum do que é preciso para o clube: uma gestão profissional, com modernização, responsabilidade com o recurso, com o dinheiro, como se fosse um dinheiro nosso.
Jorge Salgado é o candidato?
Talvez a figura do presidente seja superestimada na eleição do Vasco, pelos poderes que o estatuto dá a ele. O Jorge Salgado é, de fato, uma pessoa qualificada, um grande vascaíno, que é o nosso favorito. Ele é a ponte com o mercado financeiro, tem um ótimo trato. Temos um contato muito proximo. Eu tive mais durante minha passagem pela gestão do Campello, tirando dúvidas. Ele foi gostando do trabalho que fizemos na parte financeira. Assim que saímos, as conversas aumentaram. Ele está próximo. Tem algumas questões dele, algumas nossas ainda. Mas temos opções, Diego Carvalho, o Vitor Roma. A nossa visão é de que o mais importante não é o Salgado, o Adriano, o Vitor, mas o time. O mais importante é quem está conosco. Nossa preparação é o mais importante. A ideia de como tocar o Vasco, do que fazer, quem vai fazer, quem são os melhores profissionais. Nossa visão do presidente é uma figura institucional, que vai se integrar do que está acontecendo e deixar o grupo trabalhar. Se o Salgado vier, vai contribuir demais.
Vocês querem uma gestão descentralizada?
Exatamente. Mais descentralizada, com equipes prontas, planejamento, ações.
E até quando esperam definir esse nome?
Até a segunda quinzena de julho. Não queremos entrar em agosto sem ter o candidato definido.
Como fazer o clube andar em um primeiro momento?
Temos um conhecimento bom do diagonóstico do Vasco. Não tem solução mágica. Será uma batalha. Estamos costurandos três fundos de investimento, que nos darão um aporte de R$ 150 milhões. O primeiro que trará algo em torno de R$ 70 mihões, com prazo de três anos. Neste, o risco para o investidor será maior.É um fundo para estabilizar o fluxo de caixa na entrada na gestão. As garantias dele são premiações, recebíveis de sócios. Esse fundo tem um risco maior, mas rentabilidade boa, maior do que se encontra no mercado. Dependendo do sucesso esportivo, você tem um ônus de performance, uma vez que faremos orçamentos com previsões bem realistas quanto ao desempenho esportivo. De outros dois fundos, temos R$ 40 milhões de cada, com garantias mais firmes, com a cota de TV, parte do Campeonato Carioca, parte do PPV. Esses fundos têm a função de atacar a dívida trabalhista e depois a cível. Já estamos costurando investidores. Dando tudo certo, esses acordos precisam ser concretizados em novembro, dezembro, para em janeiro estarmos com tudo na mão.
Em termos de campanha, como vão trabalhar o fato de terem feito parte da gestão Campello por dois anos?
A politica do Vasco é sempre complicada. Queremos elevar o nível do debate, não queremos essas coisas que tentam para desqualificar o oponente. Vamos fazer uma campanha propostiiva, com ações, mostrando quem vai assumir o quê. Nosso time de gestão será colocado à prova. Mas se quiserem tratar disso, do nosso período na gestão, participamos ativamente da idealização da estruturação financeira do centro de treinamento, participamos da explosão do programa de sócios, fizemos a remodelagem financeira do clube e a captação de investidores. Trouxemos um balanço transparente para o clube.
Acreditamos que a questão é muito maior, é o Vasco da Gama. Transcende a política. Temos orgulho, apoiei o Vasco através do Campello. O que eu quero colocar é mais esforço nosso, tentar resolver os problemas do clube. Na época do Eurico, levamos uma sugestão para o clube, que acabou não andando. Temos de passar por cima das desavenças.
Quais são os próximos passos do "Mais Vasco"?
A maior força nossa tem sido voltada para uma gestão pesada, para a preparação do que faremos caso a gente assuma o clube. Isso dá muito trabalho. A discussão da campanha no Vasco sempre foi mais simples. Não entendemos dessa forma. Queremos definir exatamente quem faz cada coisa e isso dá muito trabalho. Com a união dos grupos, temos entre 10% e 15% do colégio eleitoral do Vasco, acredito. Temos 100 pessoas metendo a mão na massa, divididos em 13 grupos de trabalho, voltados para cada área do clube. Queremos apresentar nossa equipe para o debate externo, mostrar ao torcedor quem é cada um dos que vão assumir o clube, o que faz profissionalmente. O sócio do Vasco, na eleição, precisa ter em mente duas coisas: É agora ou nunca, para o clube. E é preciso ter muita responsabilidade na escolha.