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Adriano supera drama da morte da mãe e encorpa lista de heróis improváveis n

Quem imaginaria que Adriano, contratado com a Série B já em curso, seria o principal nome doVasco no dia da conquista do acesso? De reserva à aposta de Dorival para o comando de ataque contra o Juventude, ele foi apenas outro exemplo de heróis improváveis que ficaram marcados na História do clube.

Dos quatro títulos brasileiros, dois tiveram nomes pouco celebrados como destaques na hora H.

Qual cruzmaltino não se recorda do gol do contestado Jorginho Carvoeiro, em 1974, ou o do jovem Sorato, em 1989, nas finais de Brasileirão? Para o atual camisa 39, o rótulo é uma benção dada a quem sofreu muito ao longo da carreira.
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– Tive uma infância difícil, vim da favela, mesmo. E minha carreira só decolou depois dos 25 anos, quando fui para o Inter. Até lá, mesmo sendo paulista, cheguei a disputar o Campeonato Paraibano e a Segunda Divisão do Paranaense.

Mas valeu a pena batalhar tanto. Poder ter feito algo pela minha família é incrível. Hoje, qualquer jogador do Brasil queria estar no meu lugar – deliciou-se Adriano, cujos direitos econômicos ainda pertencem aos gaúchos e cuja permanência na Coli-na para 2010 segue incerta.

Apesar das adversidades na carreira, que até o emocionam ao lembrar, o pior episódio da vida do atacante é que o leva às lágrimas, de fato. No fim do ano passado, aos 45 anos, Ana, a mãe dele, teve um derrame em casa e morreu horas depois: – Ela só conheceu o meu filho (Nicolas, de um ano e meio) por fotos e vídeos. Mas ouvi dela,umtempo an-ctes, a frase que me realizou: “Você me fez a mulher mais feliz do mundo”.

Ainda sem crer em seu feito, Adriano contou detalhes do que passou por sua cabeça no momento do gol, irregular, e do pênalti sofrido.

– Não vi bem o lance do Elton, mas não posso deixar de agradecer a ele pela “mãozinha” que me deu (risos).

E depois, quando driblei o goleiro, pensei: “Não acredito que vou fazer os dois gols mais importantes!”. Mas acabei derrubado na área – disse.

Como mais uma prova da ação do destino, Adriano só soube que encararia o Juventude na sexta à noite: – Até treinei na equipe titular durante a semana, mas o Alex (Teixeira) também podia jogar. Na minha cabeça, porém, o foco já estava na partida. Não podia perder a chance.

Confira bate-bola com Adriano

Como foi a emoção de ver o Maracanã lotado e ser tão decisivo?
De tudo, o momento do gol foi o mais especial para mim. Passou umfilme na minha cabeça, sobre ficar gravado na memória do Vasco, algo que poucos jogadores conseguem. Isso é fruto de um trabalho bem realizado. Até gritaram o meu nome, e me arrepiei.

A missão está cumprida? Dá para dizer que vocês se aliviaram?
Já conversamos e sabemos que o título será para complementar o acesso. Sem ele, não será a mesma coisa. Mas o ambiente vai ficar diferente, pois essas semanas em que o acesso não estava garantido foram muito agonizantes.

Você chegou no meio da Série B e teve de achar um espaço. Teve dificuldades para se adaptar?
O grupo é ótimo e, quando vi, já era amigo do Carlinhos (Carlos Alberto), do Aloísio... Além disso, Titi eRamon conviveram comigo no Inter. Digo que vou treinar feliz todos os dias, mesmo de manhã cedo. Falaram que não conseguiríamos, mas a prova está aí.

E a passagem pelo Inter?
Foi boa, ganhei dois títulos. Mas esperava e queria mais. Quando houve o contato, pensei: “O que estou indo fazer lá? Os caras têm Nilmar, Pato... Mesmo assim, encarei de frente. Só que a cada um que saía, a chance não surgia. Então pintou o Málaga e eu fui.

Maracanã já se tornou um palco especial

Existe algo mais por trás do gol importante que Adriano marcou contra o Juventude, sábado. O Maracanã, palco do acesso vascaíno, já faz parte da carreira do jogador. Tanto que ele não titubeou ao ser questionado em qual estádio prefere festejar o provável título da Série B.

– Nada contra São Januário, mas todos os jogos poderiam ser no Maracanã, por mim. Foi lá que estreei pelo Inter e tive grande atuação, marcando um gol (no empate em 2 a 2 com o Flamengo). O outro foi feito pelo Alex, um golaço, aliás – lembrou.

A realidade, no entanto, é que a Colina tem tudo para viver o momento especial, caso, é claro, o troféu já não seja garantido contra o Campinense, amanhã. Isso porque não há tempo hábil para a mudança e, segundo a diretoria, o estádio merece receber o confronto frente ao América-RN, já que foi o palco da queda.

Do anonimato ao estrelato

Jorginho Carvoeiro Coadjuvante do time de 1974, o ponta-direita marcou o gol do primeiro título brasileiro do clube na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro.

Cocada Na decisão do Carioca de 1988, o lateraldireito entrou aos 40 do segundo tempo, marcou gol do título sobre o Flamengo aos 41 (1 a 0) e foi expulso aos 42.

Sorato Ainda menino, o atacante fez o gol do título brasileiro de 1989, o bi do Vasco, contra o São Paulo, no Morumbi.

Jardel Só ganhou a condição de titular no Carioca de 1994 após a morte de Dener.

No jogo decisivo, contra o Fluminense, fez os dois gols da vitória por 2 a 0 e garantiu o tricampeonato estadual.

Henrique Após uma falta cobrada por Petkovic, o zagueiro marcou de cabeça o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Atlético Paranaense. Esse triunfo livrou o clube do rebaixamento em 2004.

Fonte: Lance
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