squeça caras cascudos como Carlitos Tévez, ídolo do Boca Júniors, ou até mesmo o ainda jovem Centurión, de 25 anos, mas com passagens por diversos clubes. O jogador da moda na Argentina joga no Racing, tem só 20 anos e se chama Lautaro Martínez. Está, aliás, com os dias contados no país, mas ainda se divide entre a badalada vida de jogador e a vontade de não cortar suas raízes, afinal, a paixão pela Bahía (Blanca, onde nasceu) é muito grande.
Antes de voltar às origens, vamos contar (para quem ainda não sabe) quem é Lautaro Martínez atualmente. Resumidamente: o jogador mais caro da história do futebol argentino, depois de ser vendido para a Inter de Milão por 30 milhões de dólares, mas que fica no Racing até o meio do ano, quando tentará ganhar mais do que seu próprio país, mas o mundo.
O atacante nasceu em Bahía Blanca, cidade na costa argentina com cerca de 300 mil habitantes. Filho de família de atletas (o pai foi jogador e o irmão de 14 anos iniciara agora a carreira), começou a jogar bola num clube local, o Liniers, ainda em 2007, aos 10 anos. Em campos com pouca estrutura para o futebol que tinha, Lautaro Martínez dava show e mostrava ao que tinha vindo.
Tanto que Fabio Radaelli, ex-coordenador de categorias de base do Racing, precisou de só 10 minutos assistindo a uma partida da então criança, em 2013, para levá-la à equipe de Buenos Aires no ano seguinte. Foi assim que começou a trajetória de Lautaro Martínez em seu atual clube, como recordou Mario Martínez, pai do jogador, ao jornalista Nicolás Montalá, do diário Olé há 22 anos.
Desde 2014, a vida do atleta mais caro do futebol argentino mudou bastante. Dá para resumir assim: ele deixou um clube do interior para se tornar justamente o atleta mais caro do futebol argentino. É como mudar quase tudo. O que não mudou, porém, foi a conduta de Lautaro.
- O garoto de 20 anos é de uma maturidade estranha para essa idade. Aqui (em Bahía Blanca) é mais local do que no próprio El Cilindro (estádio do Racing) – escreve Nicolás Montalá.
Nas últimas férias, antes do início da atual temporada, por exemplo, Lautaro Martínez trocou resorts caros e glamourosos e viagens glamorosas para curtir com amigos em sua cidade natal. Lá, a rotina era basicamente ir de casa para o clube local e do clube local para casa. Mas, é claro, agora ele é o jogador mais caro do futebol argentino.
É, também, quem deve estar tirando o sono do técnico Zé Ricardo, do Vasco. Enquanto não vai para a Inter de Milão, Lautaro Martínez será adversário do Cruz-Maltino nesta quinta-feira, às 19h15 (de Brasília), em sua segunda casa, El Cilindro, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores.
- Ele tem uma grande habilidade para ler o jogo e escolher o momento certo para finalizar ou servir algum companheiro. Mas suas maiores vantagens são a juventude e a disciplina, que lhe permitirão polir suas habilidades. Demonstrou em pouco tempo ser um jogador sem teto, limite. Sem dúvidas, será um dos nomes que representam a Argentina. É questão de tempo – avalia a jornalista argentina Giuliana Pasquali.
Os três gols que marcou na Libertadores foram contra o outro brasileiro do grupo 5, o Cruzeiro, na goleada por 4 a 2 também em Buenos Aires. Lautaro Martínez, como mais caro da história do futebol argentino, supera Sérgio Aguero, que deixou o Independiente para acertar com o Atlético de Madrid por 28,5 milhões de dólares em 2006.
Jogadores mais caros do futebol argentino
Laurato Martínez: 30 milhões
Aguero: 28 milhões
Fernando Gago: 27 milhões
Éver Banega: 26 milhões
Lucas Alario: 22,5 milhões