Vasco e Cruzeiro estão tranquilos em relação ao aproveitamento do zagueiro Dedé pelo clube mineiro. O jogador foi apresentado e já treinou com os novos companheiros. No entanto, uma dívida do Cruzmaltino com a Fazenda Nacional bloqueou na última sexta-feira a transferência e deixou o camisa 26 impedido de atuar até que a pendência seja resolvida. O clube carioca criticou a atitude do órgão federal e pregou o trabalho em conjunto para a resolução do caso Dedé.
Com dívidas na ordem de R$ 50 milhões com a Fazenda Nacional, o Vasco tomou conhecimento sobre o bloqueio da documentação, mas já utilizou a totalidade do montante pago pelo Cruzeiro. Foram cinco milhões de euros (R$ 13 milhões) depositados para pagar salários atrasados, dívidas e demais acordos judiciais. O clube carioca ainda tem 500 mil euros (pouco mais de R$ 1,3 milhão) parcelados para receber e que podem ser desviados diretamente para a Fazenda caso não aconteça um acordo.
Uma das soluções é o próprio Dedé entrar com uma ação na Justiça do Trabalho requisitando o direito de exercer a profissão. A possibilidade não desagrada ao Vasco. Porém, o departamento jurídico não vê maiores desdobramentos no processo e criticou duramente a Fazenda Nacional.
Um é comprador de boa fé e o outro é um vendedor de boa fé. Não existia qualquer restrição quando o negócio do Dedé foi feito. O jogador não terá qualquer tipo de problema para atuar lá. O Cruzeiro vai tomar as suas providências. A Fazenda se precipitou, pois estão recebendo normalmente as cotas de patrocínio do Vasco através das penhoras. Tomaram uma medida drástica e obrigaram o clube a vender o seu principal jogador para fazer caixa. O Vasco já utilizou o dinheiro. Esse tipo de situação só complica as transações entre clubes no Brasil. Não vejo problema em o Dedé entrar na Justiça por um direito dele. É um caso sem maiores desdobramentos, explicou o advogado do Vasco, Marcello Macedo.
Diretor geral do Cruzmaltino, Cristiano Koehler ressaltou a importância de um entendimento e posição final com o Cruzeiro. A participação de Dedé também é vista como fundamental, embora o clube mineiro pense de forma diferente e deposite a responsabilidade sobre o problema para o Vasco.
É a questão de um entendimento e posição do Cruzeiro. Não sei o que será feito, mas não vemos qualquer obstáculo para a transação. Desconheço esse tipo de coisa. Não adianta olhar no retrovisor. Cabe ao Cruzeiro e ao jogador também resolverem o processo. Os jurídicos estão conversando e não teremos qualquer problema em relação ao caso, encerrou o CEO.