O advogado Luis Roberto Leven Siano enviou ao LANCE! uma artigo em que analisa a posição do Vasco no caso Jéferson - pela utilização do jogador na partida contra o Americano, o clube perdeu seis pontos e foi multado em R$ 5 mil pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RJ).
Nesta terça, o Pleno do órgão analisa recurso do clube contra a decisão. O problema deixou em aberto a configuração dos confrontos da fase semifinal da Taça Guanabara, que é, atualmente, Flamengo (1º do Grupo B) x Resende (2º do Grupo A) e Fluminense (1º do A) x Botafogo (2° do B).
Para Leven Siano, que, entre outros, representa o jogador Edmundo, o clube correu um risco desnecessário ao colocar o jogador em campo sem estar cercado de todas as garantias de que não havia irregularida com sua inscrição na Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj).
Confira abaixo a íntegra do artigo:
\" Risco desnecessário
Uma assessoria jurídica que, conforme já divulgado pela mídia, custe R$ 55 mil mensais a um clube devedor fiscal e trabalhista como é o caso do Vasco, com centenas de ex-funcionários e atletas na fila há anos esperando para receber seus créditos reconhecidos pela Justiça já como inapeláveis, não precisava fazer o vascaíno amargar de torcer pelo tapetão em segunda instância para participar de uma semifinal de turno do Campeonato Carioca.
Não que eu aplauda a Justiça Desportiva por interferir no resultado de campo, fato que só deve ocorrer em situações extremas, mormente quando a escalação do atleta supostamente irregular não auferiu vantagem para o clube impugnado, pois que o Vasco perdeu a partida para o Americano com o atleta Jéferson em campo.
Porém, o fato é que o time era praticamente todo novo e em fase de formação, sendo sua primeira partida na competição. Tudo isto não faz pensar que seria mais razoável, mesmo com a liminar em mãos que garantiria (ou não?) a escalação do atleta, aconselhar a diretoria e o departamento técnico a aguardar a intimação regular da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) na segunda-feira seguinte ao jogo, fazendo publicar o nome do atleta no Boletim Informativo de Registro de Atletas (Bira) da mesma para somente então ter certeza da sua condição de jogo e escalá-lo?
Não! Optou o jurídico do Vasco em discutir efeitos de uma liminar da Justiça no campo desportivo em um fim de semana, atropelando procedimentos que, embora burocráticos, são os comuns à organização de uma competição, aplicáveis a todo e qualquer atleta de todas as equipes.
Quando leio que a diretoria do Vasco culpa o Fluminense, a Federação e o fantasma do antecessor pelos riscos de sua opção, conclui-se que a lição nem sequer foi aprendida.
Risco desnecessário! Pois que não se trata de ter ou não ter razão, mas de ter ou não ter razoabilidade.
Luiz Roberto Leven Siano\"