Futebol

Ainda não há previsão ao começo da venda da nova camisa de goleiro do Vasco

O nome de Léo Jardim tem sido citado diversas vezes por torcedores do Vasco desde o jogo contra o Fortaleza, na última quarta-feira. Não apenas por causa da atuação segura do goleiro, um dos responsáveis pela vitória, mas pelo uniforme que ele vestiu em São Januário.

- A camisa do Léo Jardim está à venda? - foi a pergunta que a torcida mais fez nas redes sociais durante e após a vitória por 1 a 0.

O ge apurou com o Vasco que o uniforme será, sim, comercializado. Porém, ainda não há previsão para começar a venda das peças, que serão limitadas.

A estreia da terceira camisa de goleiro da temporada aconteceu justamente contra o Fortaleza, mais de um mês depois da estreia do uniforme dos jogadores de linha. A ação foi proposital para valorizar a peça, baseada em um dos grandes personagens da história do Vasco.

Inspiração em herói do Vasco

A camisa de Léo Jardim, assim como todo o uniforme III do Vasco, é inspirada nos Camisas Negras, time lendário que foi campeão carioca em 1923. O uniforme do goleiro é alusivo a Nelson, um dos heróis da história vascaína.

Nelson da Conceição, nascido em 12 de agosto de 1898 em Nova Friburgo/RJ, foi taxista e depois trabalhou na Casa Alberto (alfaiataria, roupas e demais itens). Foi o primeiro goleiro negro do Vasco, da seleção brasileira e da seleção carioca. Trazido do Engenho de Dentro A.C., teve de conviver com inúmeros ataques racistas e acusações de analfabetismo (imagem abaixo).

Homem negro e de baixa condição social, chamado de chofer Nelson pelos rivais, ele foi o grande goleiro de seu tempo e um dos maiores ídolos do Vasco. Foi campeão pelo clube em 1922/1923/1924, tornou-se capitão da equipe e participou da inauguração de São Januário, em 1927. Após a sua saída, continuou como sócio do clube.

A história de Nelson está tão ligada ao Vasco que o título foi conquistado no dia de seu aniversário. Ainda em 1923, foi convocado pela Seleção para jogar o Campeonato Sul-Americano de Futebol (Copa América), no Uruguai, e venceu a Taça Rodrigues Alves contra o Paraguai.

Este ano, os Camisas Negras comemoram 100 anos. A equipe, formada por negros e pobres em sua maioria, fez história dentro de campo com uma campanha espetacular: 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Além do título carioca, o Vasco marcou o nome na história com a luta para incluir negros e operários em um esporte até então elitista.

Como comemoração ao centenário, além do terceiro uniforme do time profissional, o Vasco também reproduziu o uniforme usado pelo time de 1923, que está sendo exibido no Espaço Experiência, em São Januário, na exposição "Centenário Camisas Negras".

Fonte: ge
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