Em seu primeiro ano como atleta de ponta, o carioca Aldemir Gomes, de 20 anos, garantiu vaga nas Olimpíadas de Londres. Até a manhã deste domingo, na pista do complexo do Ibirapuera, a principal competição que Aldemir havia disputado na carreira era o Campeonato Ibero-Americano, no início de junho, quando foi medalha de prata nos 200 m. Neste domingo, foi segundo colocado na prova no Troféu Brasil, com o tempo de 20s38, e confirmou a vaga nos Jogos.
Aldemir deixou para trás na final do Troféu Brasil atletas experientes como Sandro Viana, terceiro, com 20s56, e Nilson André, quarto, com 20s67. O Brasil levará três velocistas para os 200 m. Aldemir, Bruno Lins, que já estava classificado e venceu a prova com 20s37, e Diego Cavalcanti, que não competiu em São Paulo por estar se recuperando de uma contusão, mas que se garantiu com o tempo de 20s40, feito em maio.
Foi um susto (garantir a vaga), mas um susto bom, disse Aldemir, que defende o Vasco e é treinado por Vânia Valentino, na pista do estádio Célio de Barros, no complexo do Maracanã, no Rio.
Vânia fala com orgulho de Aldemir, que conhece desde garoto. Com 12 anos, Aldemir foi à pista com um primo que treinava provas de barreira. Ele passou pelo salto em distância, por provas de barreiras e foi para a velocidade. Estava ficando muito alto e começou a ter dificuldade para saltar, contou Vânia.
A treinadora sabe que tem uma joia nas mãos. Ele tem um talento nato para o esporte, nasceu para ser atleta. É disciplinado, tem um caráter formidável. Tem totais condições de lutar por algo grande, elogiou.
Cercado por jornalistas depois de confirmar a vaga, Aldemir manteve uma postura serena, parecendo até não ter a dimensão do que havia conquistado. Perguntando sobre correr ao lado do jamaicano Usain Bolt, disse que manterá a concentração. Ele é diferenciado, mas é humano, não é invencível, disse o garoto da Ilha do Governador, que perdeu os pais ainda criança e foi criado por uma avó.