Antes de começar a pensar no planejamento para 2013, a diretoria do Vasco tem trabalhado para resolver as pendências financeiras que atormentaram o clube nesta temporada. Com pouco mais de dois meses de salários atrasados, os jogadores temem retornar das férias ainda sem terem os vencimentos colocados em dia, causando ansiedade no elenco.
Constantemente frustrados com promessas não cumpridas por parte dos dirigentes, os jogadores vascaínos pedem que o acerto de contas ocorra antes do final do ano e seja prioridade em relação a busca por reforços para a próxima temporada.
A situação financeira é difícil no Vasco e em outros clubes. Precisamos resolver os nossos problemas de casa antes de qualquer coisa. Primeiro, a diretoria tem que equacionar quem está aqui e depois tentar reforçar o elenco. Não sabemos o que vai acontecer, mas estamos aguardando a solução. Temos um grupo forte e acho que com mais três jogadores já melhora bastante para a próxima temporada, disse Alecsandro.
Para evitar sustos na reapresentação em janeiro, pagar aos funcionários e buscar reforços, o clube trabalha para capitalizar um empréstimo de R$ 20 milhões através de torcedores ilustres até a próxima semana. A quantia serviria para quitar a dívida antes do dia 20 deste mês, quando chegaria a três vencimentos. O atraso de mais este pagamento abriria a possibilidade de rescisão de contrato na justiça trabalhista para os insatisfeitos com a situação. Atualmente, o débito está na casa dos R$ 10 milhões.
Com medo de perder atletas também por atraso no pagamento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e aumentar ainda mais a turbulência, o Vasco pagou o que devia aos principais jogadores do elenco. A medida foi tomada para não repetir casos como o de Bernardo, meia que entrou na justiça contra o clube em fevereiro e gerou desconforto que o levou ao Santos por empréstimo. O jovem retorna ao Cruzmaltino no começo do próximo ano.
As dificuldades financeiras do clube da Colina devem-se a penhora de 100% de suas receitas por conta de uma dívida de R$ 60 milhões com a Receita Federal. A diretoria cruzmaltina já tentou - sem sucesso - reduzir o bloqueio na Justiça para apenas 2,5%, o que espera conseguir em janeiro, quando pagaria o empréstimo aos integrantes do fundo de R$ 20 milhões.