Doze dos 20 clubes que integram o Clube dos 13 vão negociar diretamente os direitos de televisão. Além dos quatro grandes do Rio e o Corinthians, Santos, Palmeiras, Vitória, Goiás, Cruzeiro, Coritiba e Grêmio devem anunciar no máximo nesta quinta-feira que também não participam mais de negociação por meio da entidade. Atlético-PR, Bahia, Guarani, Sport, Atlético-MG, Portuguesa, São Paulo e Inter devem continuar do lado do Clube dos 13.
A negociação dos direitos de transmissão pela televisão dos jogos do Campeonato Brasileiro a partir de 2012 provocou um racha no Clube dos 13 . Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco decidiram conduzir eles mesmos a discussão de seus interesses, sem a intermediação do grupo, que foi criado em 1987 e desde então representa os principais clubes do Brasil. O Corinthians foi além e anunciou nesta quarta-feira sua desfiliação da entidade. ( Leia mais no blog do Renato Maurício Prado )
Os quatro grandes times do Rio anunciaram que vão negociar em conjunto os direitos de transmissão de TV e informaram, em nota assinada pelos quatro presidentes , que não reconhecem mais \"como adequada a forma pela qual, até aqui, o Clube dos 13 conduziu, perante seus associados, o projeto para o novo contrato de transmissão\". Os presidentes de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco darão uma coletiva nesta quinta-feira no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, para prestarem mais esclarecimentos sobre a decisão.
Os clubes cariocas só não se desfiliaram do Clube dos 13 porque têm dívidas com a entidade. Os quatro devem, juntos, R$ 60 milhões e precisariam pagar o montante para deixar o grupo. Até setembro de 2011, eles não têm nada a receber de cota de TV porque ganharam antecipação, dada pelo Clube dos 13.
Em carta divulgada no seu site oficial , o clube paulista anunciou que estava se desligando do grupo porque, segundo o presidente corintiano, Andrés Sanchez, o Clube dos 13 realizou contratações irregulares e não prestou contas aos times participantes. O presidente do Corinthians não concorda com o modo como estão sendo negociados os direitos de transmissão do Brasileirão de 2012.
- Isso tudo (o racha) se resume à transmissão de TV. Isso é muito maior e envolve dinheiro. A discussão toda é de dinheiro - disse o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, negando que o racha seja causado por questões políticas ou a polêmica da Taça das Bolinhas.
O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, não acredita que haverá uma debandada da entidade.
- Não acredito em debandada. O que podemos fazer é uma assembleia com os insatisfeitos e conversar para chegarmos a um acordo.
Polêmica na negociação com as TVs
Toda a polêmica que provocou o racha no clube dos 13 tem a ver com a negociação dos direitos de transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro entre 2012 e 2014. Segundo o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, integrante da comissão do Clube dos 13 que negocia direitos de transmissão, um edital será lançado nesta quinta-feira com o valor mínimo de R$ 500 milhões a ser pago apenas para a transmissão em TV aberta. Pay per view, internet e outras mídias estão fora dessa disputa.
Três emissoras de TV estão na briga para transmitir os jogos. O Clube dos 13 colocou uma cláusula com uma exigência: para que uma outra TVs substitua a emissora que atualmente transmite a competição teria que pagar pelo menos 10% a mais. Os clubes consideram que esse percentual seria necessário para compensar o retorno de publicidade que eles não teriam em outra emissora que não a atual. Corinthians, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo, porém, não concordam com a forma como o Clube dos 13 conduz a negociação.
O Clube dos 13 afirma, porém, que os times não conseguirão um valor maior do que receberiam negociando no varejo. Pelo acordo, se o valor fechado for de R$ 600 milhões, por exemplo, Vasco e Flamengo receberiam R$ 42 milhões e Fluminense e Botafogo, R$ 30 milhões, por ano.
O racha pode acabar fazendo com que o torcedor não veja alguns jogos do Brasileirão pela TV. Isso porque se um clube que negociou com uma emissora for enfrentar outro clube que tem contrato com outra emissora, seria preciso que os dois times autorizassem a transmissão, pois o mando de campo não se reflete no direito de tramissão de TV.
- Ele (o Corinthians) pode fazer (outra negociação), mas eu posso quando for jogar com o Corinthians pedir mais (dinheiro) ou não autorizar a transmissão - disse Kalil, ressaltando que estava falando como presidente do Atlético-MG.
Fazem parte do clube dos 13 os 20 times de maior torcida do país. Além do Corinthians e dos cariocas, participam Santos, Palmeiras, São Paulo, Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG, Bahia, Sport, Atlético-PR, Coritiba, Portuguesa, Guarani, Goiás e Vitória.