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Alex Teixeira explica o motivo de não querer retornar a Ucrânia

Três brasileiros que integram o grupo de seis jogadores que não retornaram ao Shakhtar Donetsk após as férias, deram explicações através de comunicados oficiais nesta segunda-feira, após o presidente do clube ucraniano, Rinat Akhmetov, ameaçar punir os atletas. Dentinho, Alex Teixeira e Douglas Costa alegaram estar inseguros para retornar à Ucrânia depois da queda de um avião da Malaysia Airlines, na última quinta-feira, aparentemente abatido por rebeldes.

— Estou com medo. Tudo o que a gente lê, vê ou ouve é de que a situação no país é bastante complicada. Não sabemos em quais condições podemos treinar e muito menos onde jogar — disse Douglas Costa.

Os três jogadores negaram qualquer tipo de desentendimento com o Shakhtar. Segundo eles, a decisão foi tomada exclusivamente pensando na segurança deles e de seus familiares. Segundo Alex Teixeira, o clube não apresentou uma solução confiável.

— Demos a sugestão para treinarmos fora do país até tudo se acalmar. Primeiro a oferta do clube foi de morarmos em Cracóvia, algumas horas depois nos disseram que a decisão era a de mudarmos para Kiev. Isso, nos demonstrou muita insegurança com o planejamento. Onde iriam ficar nossas famílias, nossos filhos? — questionou o atacante.

Dentinho aproveitou para desmentir o técnico da equipe, Mircea Lucescu, que acusou o empresário Kia Joorabchian de ser o mentor do sumiço dos atletas.

— Gostaríamos de esclarecer, com base nas notícias divulgadas na data de hoje (21 de julho), que em nenhum momento a nossa decisão em não nos apresentarmos, partiu de terceiros, procuradores, ou qualquer outra pessoa. Nossa decisão foi tomada em comum acordo exclusivamente com nossos familiares — afirmou.

Veja na íntegra os comunicados dos três jogadores:

Dentinho

Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer, com base nas notícias divulgadas na data de hoje (21 de julho), que em nenhum momento a nossa decisão em não nos apresentarmos, partiu de terceiros, procuradores, ou qualquer outra pessoa. Nossa decisão foi tomada em comum acordo exclusivamente com nossos familiares antes da nossa reunião em grupo com os brasileiros do time. Queremos esclarecer que não temos nenhum problema com o clube. Sempre nos apresentamos em outras temporadas, dentro das datas, respeitando rigorosamente o que havia sido combinado com os dirigentes. Porém, desta vez, em virtude dos conflitos no País, estamos com medo e não queremos colocar em risco a vida dos nossos familiares e as nossas também.

É uma decisão individual. Como chefe de família penso em minha esposa e filhos e por dinheiro nenhum do mundo vou arriscar a vida deles. Só quero que o clube entenda que pretendo trabalhar, pretendo jogar, mas não posso permitir que as pessoas que tanto amo corram qualquer risco. Espero que a decisão do clube vá na direção da melhor solução. Temos lido que as Embaixadas dos Estados Unidos, Inglaterra, Suíça e também a do Brasil tem recomendado que as pessoas não viagem para a região. A pergunta que eu faço é: Você mandaria seu filho neste momento para lá?

Alex Teixeira

Neste momento, a maior preocupação que temos é com a segurança de todos nós e de nossas famílias. Respeito a decisão daqueles que resolveram se apresentar. Porém, nós procuramos os dirigentes e pedimos uma posição do clube. Já sabemos que o aeroporto de Donetsk está fechado. Demos a sugestão para treinarmos fora do país até tudo se acalmar. Primeiro a oferta do clube foi de morarmos em Cracóvia, algumas horas depois nos disseram que a decisão era a de mudarmos para Kiev. Isso, nos demonstrou muita insegurança com o planejamento. Onde iriam ficar nossas famílias, nossos filhos?", indagou Alex Teixeira.

Douglas Costa

Quero esclarecer que não estou abandonando o clube. Estou com medo. Tudo o que a gente lê, vê ou ouve é de que a situação no país é bastante complicada. Não sabemos em quais condições podemos treinar e muito menos onde jogar. Para jogar precisamos viajar. Como vai ser nossa segurança? Não tenho nenhum problema no Shakhtar. Gosto do clube, das pessoas, da cidade, mas estou com medo de outras situações de conflito e eventualmente numa viagem, quando nos separarmos de nossos familiares, que aconteça algo pior. Lamento que tudo isso esteja acontecendo. Porém, neste momento, todos nós corremos risco de vida se estivermos na região. Conversamos com os dirigentes e nos propusemos a permanecer na Suíça para treinarmos enquanto essa situação seja resolvida. Queremos permanecer no clube só que precisamos ter uma condição de trabalho sem correr riscos

Fonte: O Globo Online
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