Uma das prioridades do Vasco no mercado é a contratação de um meia ofensivo. Um nome de peso é buscado pelo clube antes do início do Campeonato Brasileiro, mas enquanto negociações não se concretizam, o clube fez um movimento rápido e assertivo para dar ao técnico Maurício Barbieri opção além de Nenê, que tem contrato até o fim do Carioca.
A solução foi caseira e aconteceu após reviravolta. Alex Teixeira, principal contratação do clube em 2022, tinha contrato até o fim da Série B. O Vasco fez proposta pela renovação, mas o meia-atacante demorou a responder. O acerto aconteceu na segunda semana de janeiro.
A negociação estava congelada, mas o clube viu urgência no acordo com Alex por conta de uma baixa no elenco. Ao negociar o chileno Carlos Palacios com o Colo-Colo, o diretor esportivo Paulo Bracks agilizou a permanência do camisa 7, que foi formado em São Januário e havia passado 12 anos no futebol internacional. A representatividade do meia obviamente pesou.
Única alternativa a Nenê no elenco atual, Alex Teixeira tem forte identificação com o Vasco e é um jogador de muita qualidade e com bastante bagagem no futebol. A expectativa é que ele possa render muito mais na Série A, até porque o estilo de jogo da segunda divisão, mais físico do que técnico, não favorece em nada seu futebol.
A estreia em 2023 aconteceu no último sábado, na vitória por 3 a 0 sobre o Inter Miami, em amistoso do Vasco nos Estados Unidos. Alex Teixeira vinha treinando intensamente, às vezes em dois períodos, para ter condições de jogar, já que perdeu boa parte da pré-temporada. E correspondeu bem. Entrou na etapa final e marcou o segundo gol da equipe em lance de oportunismo. Após recuo errado do zagueiro, o camisa 7 pressionou o goleiro, roubou a bola e mandou para as redes.
Nenê tem prestígio
Apesar da boa estreia e de gerar mais expectativas, Alex Teixeira tem concorrência forte para se tornar titular com Maurício Barbieri. Aos 41 anos, Nenê é o dono da posição e também marcou um gol na vitória sobre o Inter. Ele abriu o placar no primeiro tempo após roubada de bola e passe de Eguinaldo.
O camisa 10 tem prestígio com a comissão técnica e com os companheiros de time, mas tem sido bastante questionado pelo torcedor. Principalmente pela intensidade, visto que com Nenê em campo o time perde perna na recomposição. A solução de Barbieri pode estar em Figueiredo, que jogou como volante nos amistosos e corre pelo vovô do Vasco.
Mesmo sem brilhar nos dois amistosos e deixando espaço para que outros meio-campistas se destacassem, como o próprio Figueiredo e o novato Jair, Nenê ainda entrega qualidade e é decisivo. O meia-atacante também cuida muito bem da parte física, o que impressiona até mesmo os novatos, como declarou o uruguaio Pumita Rodríguez após o jogo contra o Inter Miami.
- É um jogador importante, ajuda muito no dia a dia, tenta falar com todos. Como jogador, quando cheguei, eu vi o preparo físico que tem. É algo para ressaltar. A cada partida parece que ele não cansa, é algo bom. No grupo, ajuda muitíssimo, isso é importante - disse o lateral-direito.
A importância dele vai além do campo. Nenê assumiu o papel de "paizão" dentro do grupo. No comando da resenha dentro da equipe, o experiente jogador ajuda a tornar o ambiente mais leve. Por ter muitos atletas novos, como Gabriel Pec e Figueiredo, o elenco vê o camisa 10 como exemplo.
Para roubar o lugar do quarentão, que é viciado em jogar futebol, Alex Teixeira precisa de consistência. Mas é fato que Nenê perderá espaço no Vasco, até porque tem contrato curto, até abril deste ano, e a tendência é que Barbieri dê mais espaço a quem vai jogar o Brasileirão.