Isolado após a debandada de 13 vice-presidentes de sua diretoria, Alexandre Campello iniciou uma aproximação com figuras que compõem a oposição ou são influentes na política do Vasco e que estavam afastados. O mandatário, porém, tem resistência ao ex-candidato Julio Brant e a boa parte dos membros de seu grupo, o que torna muito distante uma aliança na administração atual com o segundo-colocado na eleição no Conselho Deliberativo.
Nesta segunda-feira, personagens conhecidos do cenário cruzmaltino se reuniram e manifestaram apoio ao presidente. Nomes como o ex-vice de futebol José Luiz Moreira, os beneméritos Fernando Horta, Jorge Salgado e José Carlos Osório, o presidente da Assembleia Geral, Faues Mussa, e o membro do Conselho Fiscal, Otto de Carvalho, estavam entre eles. Ainda não há, porém, por parte do mandatário, uma definição sobre a ocupação das pastas que estão vagas.
No mesmo dia, diversos grupos de oposição fizeram uma outra reunião para se tomar conhecimento sobre a "temperatura das lideranças" de cada agremiação, entre eles o de Julio Brant. Mesmo não tendo sido procurado por Campello, o ex-candidato e seus pares deverão se posicionar de acordo com as pautas apresentadas no Conselho Deliberativo. Já se sabe porém que, a princípio, serão contra uma possível sugestão de impeachment do atual presidente.
Embora sejam opositores de Campello, eles acreditam que a melhor sugestão não está na via do impedimento e, sim, na conclusão das investigações da eleição, o que poderá ocasionar na anulação do pleito caso se comprove que houve fraude no processo.
Se a Justiça optar por este decreto, além da obrigação de se convocar uma nova votação, todos os cargos eleitos seriam anulados, entre eles não só o de Alexandre como também o do presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro, outro desafeto do grupo.
Na coletiva de imprensa desta segunda, os insurgentes da diretoria que formam o grupo "Identidade Vasco" negaram que já estejam pensando em movimentações para a tentativa de impeachment de Alexandre Campello.
"Talvez a oposição (esteja falando sobre). Ninguém está falando em impeachment. Estamos falando da saída da gestão por não concordar. Ninguém falou. Não li nenhuma frase dos membros do grupo. Isso não está nos planos, não foi discutido. Tratar de impeachment hoje é uma irresponsabilidade. Só faz isso se provar irregularidades", declarou o ex-vice de futebol Fred Lopes.
É aguardada nesta terça-feira uma entrevista coletiva do presidente do Vasco, Alexandre Campello, em São Januário.