A quedas de energia no início do jogo, a chuva e as condições do gramado da Arena Condá não ajudaram, e Chapecoense e Vasco fizeram uma partida de baixo nível técnico, no empate por 0 a 0, nesta sexta, em Chapecó. Resultado ruim para o time carioca, que segue sem vencer e viu a pressão aumentar ainda mais para o próximo jogo, quarta, contra a Ponte Preta em São Januário.
Apesar do espírito de luta debaixo de muita chuva em Chapecó, o Vasco ainda não conseguiu vencer em três rodadas da Série B. Ao todo, são 11 partidas seguidas sem vitórias na competição, incluindo a edição do ano passado. Números assustadores, que preocupam o torcedor e respigam do atual elenco.
- Sei que é uma situação dura a do Vasco. Existem cicatrizes abertas e acabamos pegando muito dessa rebarba. Lógico que temos que melhorar e evoluir. Mas só vejo isso acontecendo com trabalho, não vejo outra maneira. Acredito muito nesse grupo. Quem acompanha sabe o quanto ele se dedica. Vamos encarar a Ponte Preta. Já imaginamos o estádio com uma pressão muito grande. Espero que a torcida entenda isso - disse Zé Ricardo, após a partida.
Mais do que ninguém Zé Ricardo precisava de um resultado positivo para ter um pouco de paz para trabalhar. Mas não terá pelos próximos dias, ao menos até o jogo contra a Ponte Preta, na quarta. A chuva, as condições do gramado e o ponto fora de casa podem ter aumentado um pouco a tolerância, mas a maior parte da torcida segue insatisfeita com os resultados e com o futebol apresentado, que pouco evoluiu nos quatro primeiros meses do ano.
Ao seu lado, Zé Ricardo conta com respaldo do presidente Jorge Salgado, que assegurou, antes mesmo de a bola rolar na Arena Condá, a permanência do treinador, independentemente do resultado. A direção vê margem para evolução, principalmente após a chega de reforços para a Série B. Na quarta, Zé muito provavelmente terá a estreia de Carlos Palácio, jogador que gera muita expectativa interna. A cobrança por vitórias, no entanto, é cada vez maior, e um novo tropeço em casa pode deixar o clima insustentável.
Thiago Rodrigues evita o pior
Difícil analisar a atuação do Vasco por conta da chuva que castigou o gramado no primeiro tempo. Com o campo pesado, a bola pouco rolou, e os times tiveram que apelar para chutões para frente e bolas esticadas na maior parte da primeira etapa. O que não significa que não teve emoção. As duas equipes tiveram boas chances para marcar, embora a Chape tenha chegado mais perto do gol. Foram 14 finalizações dos catarinenses, contra apenas três do Vasco nos primeiros 45 minutos.
Quem teve trabalho e foi bem foi Thiago Rodrigues. O goleiro do Vasco fez ao menos três grandes defesas no primeiro tempo. A primeira após falha de Quintero, que vacilou ao tentar recuar e viu a bola parar na poça. Os catarinenses ainda carimbaram a trave com Perotti.
O Vasco também teve oportunidade. A melhor delas com Erick, novidade de Zé Ricardo na escalação. Após cabeçada de Raniel, a bola sobrou limpa para o atacante que chegou do Ypiranga-RS, mas ele pegou muito mal e isolou pela linha de fundo. Uma pena, uma vez que Erick vinha mostrando disposição no ataque.
De toda forma, embora o Vasco tenha ciscado na área da Chapecoense em alguns momentos do primeiro tempo, o time voltou a encontrar muita dificuldade para criar. Foco de Zé Ricardo nos treinos ao longo da semana, o ataque teve pouca aproximação e praticamente não criou. O gramado e a chuva certamente não ajudaram, mas o setor ofensivo não apresentou qualquer tipo de evolução.
Gramado melhora, mas o jogo não
As condições do gramado melhoraram um pouco no segundo tempo, mas o futebol não. Se o primeiro tempo proporcionou boas chances para os dois times, a etapa final foi ainda mais truncada. A Chape, mais uma vez, foi melhor. Mais seguro na defesa, o Vasco não sofreu tanto, mas também pouco incomodou.
Uma das raras chances do Vasco foi em chute de fora da área de Figueiredo. O time carioca, aliás, poderia ter explorado mais as finalizações de longa distância, uma vez que a bola estava molhada e o time não conseguia criar trocando passes.
Zé Ricardo decidiu mexer na equipe, promoveu a estreia de Zé Santos e apostou nos jovens Gabriel Pec e Vinícius. Os garotos tentaram impor alguma correria na parte final do jogo e arriscaram chutes de fora da área com algum perigo, algo que o time não vinha fazendo. Mas ficou nisso. A má atuação nesta sexta pode ser justificada pelas condições do gramado, mas já passou da hora de o time evoluir e reagir na Série B. E é isso que a torcida espera na próxima quarta, contra a Ponte Preta, em São Januário.