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Análise: Como o Vasco cresceu no 2º tempo e complicou o instável Botafogo

Quem assistiu apenas aos 25 minutos iniciais do jogo, e depois ficou sabendo do 4x2 favorável ao Vasco, deve ter se surpreendido. Entre o bom início do Botafogo e o placar expressivo contrário há alguns fatores. O primeiro deles é a parte comportamental do Glorioso. Mais uma vez o time oscilou mentalmente e se desorganizou. O segundo, uma mexida cirúrgica feita por Ramon Diaz no intervalo.

Assim como já tinha utilizado também entre o 1º e o 2º tempo no clássico da última quarta-feira, o técnico argentino mexeu nos posicionamentos de Payet e David, alterando o esquema tático da equipe e aproveitando melhor a característica dos dois. Ambos cresceram em campo, assim como Vegetti, que marcou seus primeiros dois gols em 2024.

Escalações

Tiago Nunes promoveu a estreia do experiente Damián Suárez na lateral-direita do Botafogo. Lucas Halter voltou a formar a zaga com Barboza. Danilo Barbosa e Victor Sá iniciaram a partida. Marlon Freitas e Junior Santos ficaram no banco. Luiz Henrique e Jeffinho foram desfalques.

Já Ramon Diaz, mesmo sem João Victor e Medel, manteve o esquema com três zagueiros. Rojas e Maicon formaram o trio com Léo. O restante da equipe foi o mesmo que iniciou o clássico contra o Fluminense. Galdamés e Zé Gabriel como volantes. Payet e David se aproximando de Vegetti.

O jogo

Ainda não foi na 1ª etapa do clássico realizado na tarde deste domingo que Botafogo e Vasco encontraram a regularidade almejada em 2024. O Glorioso esteve melhor nos 48 minutos iniciais, mas não deixou de oscilar em um pequeno periodo, o que foi prontamente aproveitado pelo Gigante da Colina.

O jogo ofensivo dos donos da casa foi agradável de acompanhar antes do intervalo. Em ritmo alto de circulação de bola e movimentos intensos na intermediária rival, levou muitos problemas para o encaixe de marcação dos visitantes. O gol de Victor Sá, anulado por impedimento milimétrico logo aos dois minutos, ajuda a comprovar o cenário.

Eduardo era o destaque. Fazia um jogo como há muito não se via de sua parte. Recuava para dar opção de passe a Barboza pela esquerda, isso liberava Hugo, que atacava bem aberto o setor de Paulo Henrique. Tchê Tchê buscava fazer o mesmo para que Damián Suárez também desse amplitude ao ataque pela direita.

Savarino e Victor Sá buscavam os setores de Léo e Rojas respectivamente, se aproximavam de Tiquinho, e o Botafogo tinha cinco jogadores atacando a última linha de defesa do Vasco em alguns momentos, anulando o poder de cobertura e iludindo o rival. O gol de Eduardo, após linda tabela com Tiquinho, fez a torcida alvinegra reviver os melhores momentos de 2023 e colocou justiça no placar.

Novamente, porém, o Glorioso levou o empate em um momento de superioridade. Fazia boas pressões na saída do Cruzmaltino até a parada para hidratação. Mas depois disso parece ter se desconcentrado. O Vasco tentava superar esse movimento com aproximações no setor da bola. Boas ações de Galdamés na distribuição e flutuações de Payet nas costas do meio. Conseguiu marcar.

Exatamente ao superar uma ''pressão alta'' do alvinegro com a bola de pé em pé, viu Galdamés receber de Payet para empatar, e incomodou na sequência. O Botafogo passou a marcar mais atrás e foi se reequilibrando até o final da 1ª etapa. Voltou a assustar em bolas paradas, mas já havia perdido a volúpia inicial.

Antes da primeira volta completa do ponteiro no 2º tempo o Vasco já vencia. Trocou passes sem ser incomodado por quase 40 segundos, e mostrou a ideia de ter Payet nas costas de Danilo Barbosa, a boa distribuição de Galdamés achou o sempre agudo Piton pela esquerda. E David, mais solto para circular pelo ataque em relação a 1ª etapa, tabelou no gol marcado pelo camisa 6.

O Botafogo tentou ''voltar para o jogo'' e teve Victor Sá como peça mais ativa neste sentido. Criou duas boas jogadas ao conduzir da esquerda para o meio. Léo Jardim apereceu de forma mais segura depois do intervalo. Fez defesas importantes em finalizações de Savarino e Suárez. Mas os donos da casa já tinham o peso das decepções recentes atrapalhando o desempenho.

Mais leve em campo, o Vasco conseguiu até adiantar um pouco a marcação, e conseguiu uma penalidade a partir disso. Paulo Henrique roubou de Hugo e foi derrubado no pênalti convertido por Vegetti. Chamou a atenção mais uma vez como diversos jogadores do Botafogo caem assustadoramente de rendimento quando os problemas começam a aparecer durante os jogos.

Vegetti ainda marcou o quarto vascaíno em novo erro de marcação do alvinegro e Eduardo diminuiu o placar ao emendar uma linda bicicleta no ângulo de Léo Jardim. O lance deu novo ânimo aos anfitriões nos últimos minutos. O goleiro cruzmaltino apareceu com eficiência mais uma vez para manter a expressiva vitória de sua equipe.

Fonte: Blog do Rodrigo Coutinho - ge
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