Dezenove dos vinte clubes da Série A anunciam nesta tarde a criação da Liga Nacional de Clubes. Na manhã desta terça-feira (15), os repórteres Gabriela Moreira, Martin Fernández, Sergio Rangel e Rodrigo Capelo já haviam informado que a reunião poderia ser decisiva. Pode ser mais do que isto: "Hoje é um dia histórico para o futebol brasileiro", é frase de um dos últimos dirigentes a ingressarem na reunião e que pediu anonimato neste momento.
Dos vinte clubes da Série A, apenas o Sport não assinou o documento de criação da Liga, por causa do afastamento de seu presidente na noite de segunda-feira.
Já há algumas ideias claras: 1. A Liga vai organizar o Campeonato Brasileiro de 2022; 2. A ideia é fazer o campeonato durar o ano inteiro, com redução dos estaduais, mas no calendário brasileiro, entre fevereiro e dezembro.
Pode ser um dia histórico. O futebol do Brasil é setor da economia. Há décadas, Espanha e Inglaterra pensam assim. O futebol gera empregos, faz dinheiro, faz gente trabalhar. Não é diversão. É importante. Em 2019, houve 70 mil torcedores em Flamengo 5 x 0 Grêmio e 23% do público veio de fora do Rio de Janeiro. Isso era hotel, táxi, uber, restaurantes, bares. Todos trabalhando.
O Brasileirão forte é trazer gente de fora do país, como se vai a Barcelona e Madri para assistir aos jogos. É dinheiro.
A criação da liga pode ser histórica. Mas precisa avançar, sem divisões entre os clubes em assuntos estratégicos.
O detalhamento acontecerá na sequência. Claro que a tendência é haver divisão, principalmente quando se discutir a divisão do dinheiro de televisão. Mas há unidade pela primeira vez, desde a ruptura do Clube dos 13, provocada pela saída de Flamengo e Corinthians, para terem contratos individuais assinados para o Brasileirão.
Já houve outros momentos de ruptura, como em 1987, com a criação da Copa União, cinco anos antes do nascimento da Premier League na Inglaterra. De novo, fica a expectativa de que o dia seja de um renascimento do futebol brasileiro.