Uma sexta-feira, que tinha todos os ingredientes pra fazer os ânimos serem renovados para o acesso, mas que se tornou trágica. O Vasco tinha o apoio da torcida, o maior público então desde a volta, tinha resultados favoráveis na rodada, o que deixava o time em caso de vitória apenas só três pontos do G4, só que o Cruzmantino perdeu isso tudo. O Vasco foi derrotado, teve vaias da torcida no final, acabou vendo o rival, CSA, ultrapassar o time na tabela, e de quebra, agora está a seis pontos do G4. Apesar de matematicamente ser possível, o acesso à primeira divisão está complicadíssimo.
Um jogo para ser esquecido, e que mostrou muita vulnerabilidade do time de Diniz e a grande dependência por Nenê. O jovem de 40 anos cria um novo ânimo no elenco, é o coração do time e das arrancadas nas últimas partidas, e por que eu disse jovem? Pelo espírito de jovialidade que ele passa aos demais, mexendo com o grupo, ontem vimos um Vasco previsível, quase estático, com poucas movimentações, sem intensidade, e que foi facilmente envolvido pela estratégia do adversário, que era de defender bem e sair fortemente no contragolpe. A falta de Nenê não é só pelo lado técnico, é falta para o ânimo do grupo, foi falta de um líder, de um ídolo no time, que apesar da idade, tem sua representatividade e mexe com todos.
Mas o Vasco não deveria só depender de Nenê, o Vasco deveria ser muito mais do que isso, e no momento decisivo que vimos o quanto falta de opções de jogadores que desequilibram no time.
Na partida contra o CSA, o Vasco até tentou se aventurar no ataque, empurrados pelo Caldeirão, mas sem brilho isso não foi feito da melhor maneira. Marquinhos Gabriel, um dos destaques de Diniz foi para posição, onde ele foi um fracasso na temporada, onde ele pouco criou e muitas vezes durante a partida ele ficou confuso, sempre partindo para sua função nova, um meia central, quase segundo volante. Essa confusão atrapalhou na criação do time. Não só ele, faltou Morato, faltou Pec, faltou rapidez, faltou o jogo de triangulação e aproximação do Fernando Diniz.
O Vasco abriu o placar com Cano, que marcou de pênalti. Mas tomou o empate em seguida, com um chutaço de Cajá, onde Lucão foi muito garoto de não armar uma barreira, contra um ótimo cobrador. E assim acabou o 1⁰ tempo, Vasco 1×1 CSA.
A segunda etapa veio, e com ela Jabá e Amorim, nos lugares de PEC e Andrey, substituições que não surtiram efeito, o Vasco tentou, sem muita agressividade. Um bom destaque pra uma arrancada de Riquelme, que de bico, quase fez. Tivemos Jhon Sanchez, que enfim estreou, o Vasco não consegui fazer mais gols no jogo. Quem fez foi o CSA, e foram dois: o primeiro com Dellatorre, onde ele recebe a bola, após indefinição na marcação vascaína, Zeca dava condição na área. Dellatorre ainda marcaria o segundo dele, o terceiro do CSA, dando números finais, Vasco 1X3, derrota mais do que amarga.
O Vasco se complica de vez, além da vontade e obrigação de vencer os próximos jogos, o Vasco terá que brigar contra o tempo, contra alguns adversários diretos, contra o nervosismo, contra a pressão da torcida, e tudo isso controlando o emocional e jogando bola, só um milagre coloca o Vasco na série A.