Depois de quatro vitórias nas cinco partidas disputadas até aqui no Campeonato Carioca, todas elas contra equipes de menor expressão, chegou a hora do primeiro grande teste do Vasco de Zé Ricardo. O time faz o clássico contra o Botafogo neste domingo, às 20h (de Brasília), em São Luís, no Maranhão, pela sexta rodada do estadual.
O clássico será a oportunidade perfeita para que o treinador possa validar suas convicções ou então, em caso de derrota e atuação ruim, começar a tê-las questionadas. O Vasco no momento é o líder isolado do Carioca, com 13 pontos, um a mais que o segundo colocado Fluminense. Na melhor das hipóteses, a equipe pode voltar do Maranhão com uma folga ainda maior na ponta da tabela.
Até aqui, há muito mais o que se comemorar do que lamentar na temporada vascaína. O time vem jogando bem, vencendo os jogos e tem, por exemplo, o ataque mais positivo entre todas as equipes do campeonato: foram 12 gols marcados. Nenê é o artilheiro do Carioca, com quatro, enquanto Raniel (com três) e a dupla Gabriel Pec e Getúlio (com dois cada) vêm logo atrás.
- Eu prefiro uma equipe vertical, mesmo que a equipe corra riscos. O momento é de tentar ser ofensivo, com um futebol mais atrativo e de mais coragem - declarou Zé Ricardo depois da vitória por 1 a 0 sobre a Portuguesa no meio de semana, em São Januário.
E o que há para melhorar nesse time do Vasco? O ge listou alguns pontos que ainda precisam de ajustes para o clássico. Confira:
A marcação encaixou. E agora?
Essa é uma pergunta que o Vasco de Zé Ricardo ainda não respondeu nesse início de temporada.
Diante de equipes mais frágeis, o Cruz-Maltino não teve esse problema. O time abriu o placar muito rápido contra Volta Redonda, Nova Iguaçu e Madureira. E, logo em seguida, botou em prática toda movimentação e verticalidade defendidas por Zé para fazer um gol atrás do outro e selar o resultado do confronto.
Contra o Boavista, por exemplo, já não foi bem assim: o Vasco teve mais dificuldade, fez gol só no segundo tempo e ainda sofreu o empate no fim. A questão da falta de criatividade ficou mais evidente na última quarta-feira, contra a Portuguesa, partida em que o Vasco criou muito pouco e teve trabalho diante de uma marcação pesada. Passou a impressão de que, a partir do momento em que foi bem marcada, a equipe ficou sem opções e começou a rifar bola na frente.
Concentração até o fim
Ponto onde foi possível enxergar avanço na última rodada, a concentração foi o principal motivo de o Vasco ter sido vazado em todos os quatro primeiros jogos do Carioca. Contra Volta Redonda e Nova Iguaçu, por exemplo, a equipe sofreu gols nos acréscimos - e, na segunda rodada, o gol de empate do Boavista saiu aos 39 minutos do segundo tempo. Em alguns jogos, o declínio defensivo se deu após as substituições.
Um dado que ajuda a ilustrar isso: somente o lanterna Nova Iguaçu e o Madureira, décimo colocado, levaram mais gols que o Vasco no campeonato.
Zé Ricardo bateu na tecla da concentração em algumas coletivas de imprensa, e o puxão de orelha parece ter funcionado contra a Portuguesa, primeiro jogo em que o goleiro Thiago Rodrigues pôde comemorar o clean sheet. Certamente é algo que o Vasco precisa manter para o clássico de domingo.
Bruno Nazário
Dos quatro homens da frente, Bruno Nazário é o único que ainda não fez gol. E deu uma só assistência para o gol de Raniel na primeira rodada, contra o Volta Redonda. Fica a impressão de que o camisa 11 pode render mais para o Vasco, sobretudo no setor ofensivo. E principalmente depois da vitória sobre a Lusa na quarta-feira passada.
A julgar especialmente pelo segundo tempo, Bruno teve boa atuação na vitória por 1 a 0. Foi o principal jogador de criação, finalizou, deu corta-luz que quase saiu em gol de Weverton e chamou a responsabilidade para si. No domingo ele vai jogar pela primeira vez contra o Botafogo, clube que defendeu em 2020. Quem sabe não pinta a lei do ex...
Pegar leve nas faltas
O Vasco é a segunda equipe que mais comete faltas no Campeonato Carioca, atrás apenas do Audax Rio. Por consequência, é um dos times que mais recebeu cartão amarelo até o momento: já foram 17. Com três, Weverton vai cumprir suspensão automática e não joga o clássico no domingo, por exemplo.
O número alto de faltas pode ser uma consequência do fato de que o Vasco de Zé Ricardo fica pouco com a bola - a única partida em que teve mais posse que o adversário foi contra a Portuguesa. Mas é preciso prestar atenção nisso para não ter um jogador expulso. Matheus Barbosa, em dois jogos, cometeu faltas duras quando já tinha um amarelo e escapou por pouco do vermelho.
Raniel, Ulisses, Juninho, Bruno Nazário, Thiago Rodrigues e o próprio Matheus são os pendurados do Vasco no clássico.