Time precisa urgentemente de reforços; insegurança defensiva e improdutividade no ataque marcam derrota para o Juazeirense nos pênaltis pela segunda fase da Copa do Brasil.
A atuação diante da Ferroviária na primeira fase foi um indício de que, jogando daquela forma, o Vasco não iria longe na Copa do Brasil. O desempenho ruim se repetiu contra um adversário ainda mais fragilizado, mas o final desta vez não foi feliz. A eliminação na segunda fase da competição nacional, com derrota nos pênaltis para o Juazeirense, expôs mais uma vez as carências de um time que precisa evoluir bastante a um mês da estreia na Série B, principal objetivo do ano.
Mesmo sabendo que o Vasco dificilmente avançaria muito na Copa do Brasil, a eliminação da forma que aconteceu, para um time que briga contra o rebaixamento no Campeonato Baiano e disputa a Série D do Brasileirão, precisa incomodar. É fato que o gramado ruim do Estádio Adauto Moraes, em Juazeiro, foi um adversário a mais para a equipe de Zé Ricardo na última quarta-feira. Mas não pode servir de justificativa para a passividade dos cariocas.
Início competitivo
Zé até indicou que a postura do Vasco deveria ser diferente. Com Bruno Nazário de volta ao grupo titular, o time ganhou mais uma peça ofensiva e conseguiu acuar o Juazeirense nos primeiros minutos, sendo premiado com o gol do meia aos 5 minutos. Com a iniciativa de pressionar alto, a proposta de uma equipe competitiva foi seguida até os 20 minutos, quando a organização se desfez.
A equipe até teve algumas poucas chances após o gol, mas novamente apresentou dificuldades de fazer a bola chegar na frente e criar lances de perigo. Tanto que Raniel tocou poucas vezes na bola no primeiro tempo e saiu de campo com apenas uma finalização, já na etapa final.
O problema foi que o Vasco não conseguiu manter a marcação alta por muito tempo e, com a vantagem no placar, deu campo para o adversário, que, acostumado ao gramado, passou a gostar muito do jogo. Numa tentativa errada de pressão alta, o time não recuperou e levou a bola nas costas no lance que iniciou o gol de empate do Juazeirense, que teve ainda Nazario dormindo no ponto na marcação de Nildo.
Nulo pelas laterais
Uma das grandes dificuldades do Vasco tem sido o jogo pelos lados do campo, muito em função da falta de alternativas de Zé Ricardo. Até por isso fica difícil avaliar o trabalho do treinador. Gabriel Pec foi a única opção de velocidade do time para o confronto. O atacante não fez mau jogo, partiu para cima quando recebeu a bola e deu a assistência para o gol. Mas precisou passar grande parte do duelo voltando para ajudar na marcação e recebendo bolas longas nos contra-ataques.
A falta de jogadores rápidos faz questionar ainda mais a estratégia defensiva do time depois dos primeiros 20 minutos. Acuado pelo Juazeirense, a única aposta do Vasco era contra-atacar em velocidade, mas não tinha peças suficientes em campo para isso. Falta trabalho coletivo para construir as jogadas ofensivas. A carência foi escancarada no segundo tempo, quando Zé mandou a campo três centroavantes: Getulio, Figueiredo e Raniel.
Além da busca por pontas, os últimos jogos apontou a necessidade de melhorar esse jogo pelos lados a partir de trás. Edimar e Weverton não conseguiram apoiar ofensivamente e cederam espaços para o time da casa chegar diversas vezes para cruzar para a área.
Não só para os cruzamentos, mas o Vasco deu muito espaço também na entrada da área e foi facilmente atacado pelo Juazeirense, que terminou o jogo com 13 finalizações, sendo 12 no primeiro tempo. A insegurança defensiva nas laterais é um problema que persiste, e o time só não ficou mais exposto, porque Anderson Conceição e Quintero se garantiram junto com Thiago Rodrigues, que foi destaque contra a Ferroviária, e também evitou a derrota no tempo normal em Juazeiro.
O Vasco está a um mês da estreia na Série B, no dia 9 de abril, contra o Vila Nova. Apesar dos mais de 60% de aproveitamento até aqui, o time que se viu em campo em Juazeiro não passa confiança de que conseguirá o acesso para a Série A. Há necessidade de reforços e de ideia de jogo.
É compreensível que o time não vai amassar todos os adversários, mas a proposta de uma equipe competitivo, como se viu nas primeiras rodadas do Carioca, não se manteve na Copa do Brasil. O que se viu foi uma equipe de poucas ideias. Zebras acontecem, mas o Vasco não foi só eliminado pelo Juazeirense, mas foi eliminado sendo dominado pelo adversário.
Com as lições da eliminação, o time volta o foco para o Campeonato Carioca. No próximo domingo, às 16h, o Vasco enfrenta o Resende, em São Januário, pela última rodada da Taça Guanabara. A equipe já está classificada para as semifinais do Estadual.