Depois de empolgar a torcida com uma vitória por 4 a 1 na estreia sobre o Guarani, o técnico Lisca chegou à terceira derrota seguida no comando do Vasco. Léo Jabá, grande destaque naquele triunfo, dessa vez foi o protagonista do lance que provavelmente terminou por definir a eliminação do Vasco nas oitavas de final da Copa do Brasil.
Quando o jogo ainda estava equilibrado, 0 a 0, Jabá foi expulso com apenas 33 minutos de jogo e complicou de vez a situação da equipe, que precisa vencer por pelo menos dois gols para levar a decisão para os pênaltis. Em uma ação infantil, ergueu demais o pé e acertou a barriga de Reinaldo. Jabá ainda se desculpou na hora, mas o VAR não perdoou a jogada ríspida do atleta e recomendou sua exclusão. No fim, um revés por 2 a 1, em São Januário.
A oscilação no rendimento do atacante pode simbolizar o que vem acontecendo com o Vasco nas últimas semanas. Quando venceu o Bugre, o Cruz-Maltino não criou tanto, mas foi premiado por sua efetividade. Léo Jabá foi o grande como destaque. O atacante iniciou as jogadas do primeiro e do terceiro gol, sofreu o pênalti que resultou no segundo e ainda anotou o quarto para o clube. Três jogos depois do auge, o jogador teve uma noite para esquecer.
Diferentemente do que aconteceu na primeira partida com Lisca, o meio-campo e o ataque do Vasco não conversaram bem durante os 90 minutos, depois de um início de jogo promissor — por outro lado, ao menos não faltou entrega e arrojo na busca por um resultado contra um adversário superior.
Acontece que, da mesma forma, a equipe de Lisca quase não construiu boas jogadas diante do Botafogo no último sábado (31) no clássico pela Série B. Nos últimos 270 minutos, só balançou as redes uma vez, em um gol contra de Liziero ontem (4).
Outro fato novo que ajudou nessa oscilação foi a opção com três defensores, utilizada pela primeira vez com Lisca. A troca de passes não funcionou e os atletas ocupavam, muitas vezes, os mesmos espaços no gramado. Tanto que não foi apenas Léo Jabá que se perdeu na marcação e foi para o chuveiro mais cedo: Leandro Castán, já na segunda etapa, e até mesmo o treinador, já aos 48 do segundo tempo, viram o cartão vermelho da mão do árbitro.
Mas, se existe algo de positivo na eliminação do time na Copa do Brasil é voltar suas energias para o que mais importa em 2021: o retorno à elite do futebol nacional. Se é possível tirar algo das expulsões, pode-se citar a vibração de um time que vai em todas as bolas dentro de campo. O treinador já conseguiu melhorar a postura dentro de campo e, se não não inovar, parece ter uma boa base de quem serão seus titulares para a Série B.
Vanderlei, Léo Matos, Ernando, Castán e Zeca foram utilizados pelo treinador sempre que possível no setor defensivo. Cano é principal atacante do clube e Marquinhos Gabriel é o dono na posição no meio-campo. Restam quatro vagas para distribuir entre Bruno Gomes, Juninho, Galarza, Sarrafiore, Morato e o próprio Léo Jabá.
Nas últimas quatro rodadas do primeiro turno da Série B, o Cruz-Maltino terá pela frente equipes que estão abaixo dele, ou seja, da décima posição, na classificação: Vitória, Vila Nova, Remo e Londrina. Como apenas quatro pontos o separam do Avaí, último do G-4, a perspectiva de entrar na metade final do torneio colado ou no grupo do acesso ainda é boa. Resta ver se o time encontrará um ritmo mais consistente.
"Temos que levar essa indignação da Copa do Brasil para a Série B. O que fica de positivo é focar somente na Série B, que é o nosso objetivo principal. Temos objetivos grandes nesses quatro jogos", contou o comandante em coletiva.