Cruz-maltino chega à semifinal do Carioca como time que mais cruza bolas na área, reflexo do que centroavante sabe fazer de melhor
Contra o Bangu, ele fez seu sétimo gol na temporada. São quatro de cabeça e três com bola rolando. Ele já perdeu dois pênaltis em 2023 e outras finalizações com a bola no pé não foram tão precisas quanto têm sido as cabeçadas do camisa 9.
O cruz-maltino se esforça para potencializar a virtude do jogador. E quando algumas coisas saem do lugar, isso logo se reflete em campo. Lucas Piton, por exemplo, vinha sendo uma ótima fonte de cruzamentos pela esquerda. Contra o Bangu, pendurado com dois cartões amarelos, foi poupado. Paulo Victor não foi mal, mas acionou pouco a grande área. Pedro Raul sentiu.
O Vasco passou de fase sendo o time que mais cruzou bolas na área em todo o Campeonato Carioca. Foram 306, contra 261 do Fluminense, outro time que tem um centroavante de referência muito forte na grande área. A diferença reflete estilos de jogo diferentes e também de finalização dos camisas 9.
Já ficou evidente como a construção do Vasco, antes mesmo da temporada começar, foi pautada pela presença de um centroavante cuja cabeçada é sua maior virtude - vale lembrar que Pedro Raul foi um dos primeiros reforços anunciados. O Vasco gosta das subidas dos laterais e Piton e Puma são bons no cruzamento, qualidade que deve ter pesado na balança no momento da contratação.
Outra peça que o Vasco precisa ter no elenco para potencializar Pedro Raul é um bom cobrador de bolas paradas. Nenê tem sido esse jogador, acertou a cobrança de escanteio na medida para o jogador fechar o placar contra o Bangu. Mas ele passa cada vez menos tempo em campo e pode estar se aposentando do futebol depois do Carioca, caso não convença o Vasco a ampliar o vínculo até dezembro.
Se Nenê não continuar, será válido buscar uma alternativa para essas bolas paradas.
Na semifinal do Campeonato Carioca, contra o Flamengo, Pedro Raul será peça-chave do Vasco. Na vitória sobre o rubro-negro, ele fez provavelmente sua melhor partida até agora pelo cruz-maltino, o que só não ficou mais destacado pelo pênalti que perdeu. O atacante foi referência eficiente para ligação direta, quando a marcação alta do Flamengo dificultou a saída de bola, conseguindo dominar os lançamentos e dar continuidade às jogadas.
Pedro Raul saiu da área, segurou o jogo, e também esteve perto do gol para finalizar. Foram duas bolas na trave. Uma delas, óbvio, depois de uma cabeçada.