Derrota para o Operário-PR, a terceira consecutiva, mostra que não adianta mudar ideia de jogo e manter os mesmos jogadores.
Lisca havia dito que mudaria a ideia de jogo do Vasco para enfrentar o Operário-PR. Apesar de a mudança ser sutil, deu certo. Por 27 minutos. Após o primeiro gol adversário, o que era uma boa atuação virou mais uma na extensa lista de péssimas apresentações na Série B.
A derrota por 2 a 0, a terceira em sequência na competição, escancarou que não adianta mudar a forma de atuar e manter as mesmas peças. A despeito da necessidade de reforçar o elenco, o treinador deve reavaliar a escalação de jogadores. Quem entrou no segundo tempo rendeu mais do que alguns titulares.
O Vasco entrou em campo com Vanderlei no gol e Bruno Gomes no meio como novidades. De resto, Lisca manteve a sua base e modificou a postura da equipe. O posicionamento foi mais defensivo e, em determinados momentos, houve uma pressão para recuperar a bola no campo ofensivo e partir para o ataque em velocidade.
Foi assim que Cano roubou uma bola no meio, construiu a jogada e Marquinhos Gabriel quase marcou em chute defendido por Simão. Antes disso, o centroavante havia perdido grande chance após tabelar com Sarrafiore. Então...
Marquinhos Gabriel, um jogador lento para atuar pelo lado e que Lisca insiste em mantê-lo como titular, errou um domínio. Na entrada da área vascaína. Foi desarmado. A jogada se desenvolveu até o gol de Marcelo.
Atrás no placar, o Vasco precisou modificar. Passou a reter mais posse de bola para criar. E aí um dos velhos problemas apareceu: a extrema dificuldade de articulação ofensiva. O time é lento. Troca passes laterais. Cria uma posse inútil. E não resiste quando sofre pressão no seu campo defensivo. Foi assim que Ricardo Graça errou passe, o Operário trocou passes e marcou com Paulo Sérgio.
Parece claro que o Vasco não sabe jogar propondo o jogo. É melhor esperar o rival e apostar no contragolpe. Foi assim que Marcelo Cabo conseguiu alguns resultados apesar das más atuações. Lisca indicou adotar o mesmo caminho, mas precisa rever as escolhas e estancar a sangria de gols sofridos.
Quando o Vasco leva um gol, o time desaba. E são muitas bolas na rede: 23 em 20 partidas. Dos atuais integrantes do G-4, três tem números melhores: Coritiba sofreu 15, Goiás, 10, e Avaí,15. Esse é o risco da estratégia: se sai perdendo, a partida fica complicada. Mas é algo que se deve tentar. Com outras peças.
Caio Lopes, Morato e Gabriel Pec entraram no segundo tempo e deram mais dinamismo ao time. Os dois atacantes, em especial, são mais agudos. Tentam o drible. Vão para cima do marcador. O que contrastou com o jogo curto e pouco eficiente de até então.
Com 28 pontos, o Vasco está em 11º lugar. São cinco pontos para o G-4. Lisca terá uma semana de treinos para corrigir os problemas. No domingo, recebe a Ponte Preta.