Corinthians e Vasco se enfrentaram na noite deste sábado(17) em Itaquera buscando se afastar da zona de rebaixamento, um verdadeiro jogo de 6 pontos. O alvinegro paulista vinha de 3 jogos sem vencer, derrotas para Botafogo e Cruzeiro e empate no clássico contra o São Paulo. Já o Alvinegro carioca vinha de dois jogos dolorosos, derrota para o Grêmio nos acréscimos do segundo tempo e empate contra o Atlético PR com o gol de empate também nos acréscimos do segundo. E além do mais, a equipe vascaína não tem nenhuma vitória fora do Rio de Janeiro, o Vasco foi a São Paulo enfrentar um Corinthians em crise e em meio a protestos de torcedores. Mas os protestos ficaram só na véspera, no dia do jogo, casa cheia e apoio irrestrito da torcida alvinegra.
Jair Ventura tinha dois desfalques em relação a última partida contra o Cruzeiro, o volante Douglas expulso e o Atacante Romero, para os lugares de ambos Jair optou por Thiaguinho e Mateus Vital, respectivamente.
O Vasco vinha novamente sem Maxi López e sem Luis Gustavo, diante disso o técnico Alberto Valentim preferiu improvisar e optou novamente utilizar o volante Raul na lateral direita, mesmo com Rafael Galhardo e Pikachu à disposição. No ataque Rios e Kelvin foram mantidos e Pikachu retornando de suspensão completou o sistema ofensivo. Na vaga de Maranhão, suspenso, o argentino Desábato foi escolhido para fazer a proteção da defesa vascaína ao lado de Andrey.
E se os dois times estavam pressionados, o clima dentro do campo não poderia ser outro. Clima de final, muita briga, disputas acirradas e um início de jogo faltoso. Como esperado, o Corinthians começou a partida tentando pressionar e tinha mais a bola, formatado inicialmente no 4-2-3-1 mas que com a bola virava 4-1-4-1, com Thiaguinho dando sustentação ao lado de Jadson, mas que por ora o Corinthians virava um 3-6-1, com Ralf afunilado na zaga, os laterais dando amplitude, Vital e Pedrinho por dentro junto a Thiaguinho e Jadson e Danilo na profundidade.
O Vasco por sua vez se defendia bem, mas tinha muita dificuldade em diminuir o ritmo da partida e também em reter a posse de bola no campo do adversário, principalmente porque Galhardo forçava muito os passes ao invés de girar o jogo, dar ritmo e dinâmica ao setor. O Corinthians ainda subia a marcação e dificultava a saída de bola da equipe cruzmaltino, obrigando Fernando Miguel a sair com chutão diversas vezes. O goleiro também tomou amarelo logo no início da partida por retardar a batida de alguns tiros de meta.
Após os 20 minutos iniciais, Valentim trocou Kelvin e Pikachu de posição, deixando assim eles com os “pés invertidos” e fazendo que eles procurassem mais o meio que os flancos. Isso fez aumentar a interação deles com Galhardo e o Vasco começou a controlar mais a partida.
Aos poucos, o Gigante da Colina foi aumentando o volume de ataque, e criou as melhores oportunidades da primeira etapa, principalmente pelo lado direito com Andrey, Galhardo e Kelvin. Mas o que impossibilitou o Vasco abrir o placar foi a quantidade erros técnicos dos seus homens de frente, e principalmente erro nas tomadas de decisão.
Quando o Corinthians tinha a bola levava perigo pelas laterais, principalmente do lado esquerdo, com a dobradinha Vital-Avelar, por mais que Vital venha sempre atuando na ponta, mas seu instinto de meio campista sempre faz ele jogar por dentro, desse modo Danilo Avelar gerava a amplitude pelo lado esquerdo, que como dito foi o lado que mais foi utilizado pelo Corinthians..
Raul e Henrique tinham dificuldades em parar os ataques do Timão. Raul com dificuldades de posicionamento e na marcação individual e Henrique se mostrando muito nervoso, afobado e com muitos erros individuais.
O Vasco defendida no 4-4-1-1, com Galhardo atrás do Rios e por vezes se misturava a segunda linha de 4, transformando o esquema de marcação num 4-5-1. Os volantes tiveram bom desempenho. Desábato mais a frente da zaga e centralizado, e Andrey se movimentando e dando boa dinâmica à transição ofensiva. Já o Corinthians se defendia no 4-4-2 com Jadson e Danilo mais a frente, aliás esse segundo praticamente era inexistente em fase defensiva.
No início da segunda etapa, o Corinthians voltou pressionando novamente, prioritariamente com as jogadas pelas laterais, e foi assim que criou as duas grandes chances de gol, a primeira com Jadson infiltrando e se antecipando a Castan (pra fora) e a segunda, em boa jogada de Fagner, marcação passiva de Pikachu, cruzamento para Vital, ele mesmo, se infiltra e se antecipar a Raul, e de cabeça abre o placar. Como numa ironia, na bela jogada de dois ex vascaínos, o Corinthians decidiria o jogo.
Após o gol, o Vasco alugou o campo de defesa do Corinthians e passou a pressionar com volume e verticalidade. O time da casa não conseguia nem contra atacar com efetividade e quem sofria com a “cera” agora era o Vasco. As entradas de Caio, Dudu e Marrony, três pratas da casa melhoraram a equipe cruzmaltina. Caio deu verticalidade, objetividade e velocidade, ele foi quem participou da maior parte das jogadas perigosas. Dudu e Marrony foram mais tímidos mas deram boa dinâmica e foram importante por não deixar o ritmo cair.
O corinthians mudou sua postura no segundo tempo, no primeiro tempo fazia marcação pressão na saída de bola, no segundo esperava o Vasco e buscava pressionar no meio campo, aliás é do meio campo que veio o destaque defensivo do Corinthians, Ralf mais uma vez foi um monstro, fechando bem o centro do campo, protegendo o funil e sempre preciso nos desarmes, o volante foi um dos destaques da partida.
A essa altura o Vasco era só ataque, jogava com apenas um volante (Desábato), e o gol parecia questão de tempo. O árbitro deu 5 minutos de acréscimos, e dessa vez o gol no fim parecia que iria favorecer a equipe vascaína, mas aos 50, após boa jogada de Caio, Oswaldo Henríquez (sim o zagueiro), sozinho na entrada da área, ajeitou o corpo e finalizou com precisão, NO TRAVESSÃO. Um castigo dos Deuses do Futebol que parecem não ter pena do torcedor do Vasco.
O Vasco teve uma sequência de 3 partidas onde mostrou uma evolução no padrão de jogo e na organização coletiva, fez boas partidas e em condições normais teria conseguido 5 pontos, mas a incompetência individual de alguns jogadores, os erros pontuais de seu treinador, o azar (por que não?) e o acaso, permitiram a conquista de apenas 1 ponto.
O cenário é preocupante, caótico, eu diria. Essa evolução é simplesmente inútil, se não vier acompanhada de bons resultados, mas com tudo isso, o Vasco ainda permanece fora do Z4. Vai ser emoção até o fim!
Já pelo lado corinthiano, a vitória veio em boa hora, a equipe vinha sofrendo pressão por todos os lados e o fantasma do rebaixamento rondava o parque São Jorge. Porém com esses 3 pontos praticamente afasta a possibilidade de jogar a segunda divisão em 2019.