Futebol

Análise: Vasco ainda busca identidade na Série B e desperdiça pontos

Empate com o CRB em Maceió também passa por uma desorganização defensiva que vai além do gol sofrido, mas oportunismo de Raniel, num lance raro na partida, ameniza a situação. 

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Ainda sem vencer na Série B do Brasileiro, eliminado precocemente na Copa do Brasil e com gente dentro do clube querendo a saída do técnico Zé Ricardo, o Vasco está longe de viver um momento tranquilo. E essa tensão foi levada para dentro de campo no empate em 1 a 1 com o CRB neste sábado, em Maceió. 

É possível diferenciar, principalmente estando presente no estádio, as e cobranças naturais do jogo das que são frutos de um ambiente de pressão. No Rei Pelé, os jogadores do Vasco pareceram tensos e reclamaram muito: da arbitragem, do adversário, dos companheiros de equipe...

Em determinado lance no primeiro tempo, ao esticar demais uma bola na esquerda, Nenê ficou bastante insatisfeito com Gabriel Pec, e os dois discutiram rapidamente. O próprio Pec, envolvido na jogada do gol do CRB, se queixou da frouxidão no lado esquerdo da defesa. Por sua vez, Thiago Rodrigues distribuiu broncas durante o jogo inteiro diante da desorganização na zaga.

Isso talvez explique a quantidade de passes errados do Vasco na partida: foram 78 (10 só de Edimar, o campeão no quesito). Vários deles ainda no campo defensivo, com jogadores como Anderson Conceição, Quintero e Zé Gabriel pecando na precisão e entregando a bola para o CRB a poucos metros do próprio gol. A saída deficiente brecou as transições e foi um problemão para a equipe em Maceió.

A sorte do time comandado por Zé Ricardo é que o CRB, que foi campeão alagoano no meio de semana, também não fez por onde para conseguir a vitória - da metade do segundo tempo em diante, o jogo ficou até sonolento. Mas isso levanta outro ponto: se produzisse ao menos um pouco mais, se encontrasse uma única bola, o Vasco poderia voltar para o Rio com a vitória na bagagem.

Em vez disso, com o empate diante do Vila Nova na estreia, já são quatro pontos perdidos nesta Série B. A equipe largou atrás na busca pelo acesso está em nono na tabela. O Bahia é o único que venceu os dois jogos até aqui e lidera a competição, com seis pontos.

Um time sem identidade

Na partida deste sábado, Zé Ricardo mandou a campo praticamente a mesma equipe da estreia, com o mesmo esquema de jogo. As mudanças ficaram por conta da entrada de Figueiredo no lugar de Bruno Nazário, bem aberto na direita, e da estreia de Gabriel Dias, lateral-direito pedido pelo treinador e que ficou com a vaga de Weverton.

No meio, Zé Gabriel era o primeiro volante, sempre se colocando entre os dois zagueiros na saída de bola. Enquanto Yuri Lara jogou mais avançado, numa posição em que não estamos acostumados a vê-lo, participando muito das jogadas ofensivas e até chegando à linha de fundo. O início do jogo mostrou um Vasco ligeiramente organizado, sobretudo com Figueiredo conseguindo dar sequência às jogadas pela direita.

Foi num lance desses que o time deu seu primeiro chute a gol, mas Gabriel Pec pegou forte demais e mandou por cima. Logo em seguida, no entanto, o gol do CRB saiu num apagão do lado esquerdo da defesa vascaína. Zé Gabriel e Edimar olham apenas a bola e deixam um buraco para a infiltração de Yago - Gabriel Pec, com um jogador nas costas, ainda tentou fazer a cobertura, mas chegou tarde demais.

"Temos um movimento de desfazer a formatação do meio de campo quando saímos para abafar, e não houve definição na última linha. É uma falha que precisamos corrigir", disse Zé Ricardo na coletiva.

E essa desorganização defensiva se repetiu e acabou tornando-se uma tônica no confronto. O exemplo disso foi um chutão do goleiro Diogo Silva já no segundo tempo. Diego Ivo desviou de cabeça, e o CRB só não fez o segundo porque Anselmo Ramon chegou desequilibrado para finalizar. Resumindo: foi um jogo em que o sistema defensivo inteiro bateu cabeça.

Depois do gol dos alagoanos, jogou-se luz sobre mais uma atuação sem criatividade do Vasco. Em vários momentos a impressão era de que, quando chegava no ataque, o time não sabia o que fazer com a bola. O gol aos 37 minutos foi uma exceção: Zé Gabriel achou ótima bola para Nenê, que mostrou a categoria que se espera dele para dominar e rolar na boa para Raniel marcar. É o segundo gol do atacante na Série B, o oitavo na temporada.

Fora isso, o Vasco voltou a parecer um time sem identidade. Foram muitas bolas alçadas na área, tentativas de lançamento longo e chutes de longa distância. Ainda no primeiro tempo, a melhor chance depois do gol foi uma cobrança de falta de Nenê defendida por Diogo Silva.

Na segunda etapa, Zé Ricardo colocou Erick no lugar de Gabriel Pec. O novo reforço vascaíno começou aberto pela esquerda, mas ficou um bom tempo sem sequer tocar na bola e só começou a participar de fato da partida quando caiu pela direita. Antes disso, tirando proveito principalmente dos erros de passe do Vasco, o CRB dominou: foram ao menos quatro grandes chances de marcar o segundo. O Vasco respondeu em cabeçada de Edimar que Diogo Silva pegou.

Lucas Oliveira entrou mais tarde numa clara tentativa de Zé Ricardo de aproveitar os contra-ataques com jogadores de velocidade nas duas pontas, mas a estratégia surtiu pouco efeito. O CRB não se atirou ao ataque como esperado, e nem Erick nem Lucas conseguiriam resolver as coisas sozinhos. A reta final do jogo reservou duas equipes com mais medo de sofrer o gol do que vontade de fazer.

Se a atuação coletiva foi muito ruim, os pontos positivos ficam por mais uma amostra de oportunismo de Raniel, artilheiro da equipe na temporada; e pela boa partida de Yuri Lara, que mostrou-se incansável durante todo o tempo em que esteve em campo, tanto no ataque quanto na defesa. Thiago Rodrigues também mostrou segurança: ele defendeu um chute de Richard no segundo tempo em que meio estádio já gritava "gol".

Fonte: Globo Esporte
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