A Série B é uma competição tão equilibrada (e nem vou entrar no mérito qualitativo) que as oscilações fazem com que o Vasco, mesmo sem apresenta.
É verdade: o Vasco terminou o jogo contra o Sampaio Corrêia, em São Januário, com apenas 30% de posse de bola. Para muitos, algo assustador pela grandeza do Cruz-Maltino. E até entendo o espanto inicial, só não concordo, principalmente quando um contexto é ignorado e, sendo o mais pragmático possível, os três pontos foram somados mais uma vez.
A palavra domínio é algo extremamente relativo dentro do futebol. O Sampaio, terceiro colocado da Série B e melhor defesa da competição, com apenas três gols sofridos em 10 jogos, teve a bola e só conseguiu finalizar três vezes no gol do Vasco. Com perigo, de fato, apenas uma em bela defesa de Vanderlei. Enquanto isso o time da casa, jogando de forma reativa e se apoiando no placar construído logo no início do jogo, continuou criando oportunidades claras de gol e poderia ter ido para o segundo tempo com 2 ou 3 a 0 no placar sem o mínimo exagero. Esse foi o primeiro tempo do jogo. Domínio do Vasco. E não se trata de posse, mas sim do quanto seu plano de jogo é respeitado e efetivo. Foi.
No segundo tempo vimos o plano se misturar com a falta de criatividade e um apoio no resultado, mesmo que magro, já construído. O Vasco foi insuficiente no aspecto ofensivo e se limitou. O que não quer dizer que só vimos situações negativas. Ser pressionado a todo tempo e ter que manter o nível de concentração altíssimo a todo instante foi algo positivo na defesa do time de Marcelo Cabo. Algo que faz o Gigante da Colina chegar a 10 jogos e 10 gols sofridos, uma média longe de ser maravilhosa, mas que vem melhorando com o tempo.
É lógico que está longe de ser o futebol vistoso que parte da torcida espera. Mas, sendo bem sincero, dos males, esse é o menor. A Série B é uma competição tão equilibrada (e nem vou entrar no mérito qualitativo) que as oscilações fazem com que o Vasco, mesmo sem apresentar um grande jogo na competição, esteja na quinta posição com vitórias em cima de CRB e Sampaio Correia, ambos figurantes no G4. Agora terá Coritiba e Náutico pela frente, que completam os quatro primeiros colocados. Será um grande teste para um time que não flerta com a beleza, mas vem sendo eficiente no que se propõe a fazer. 2021 é ano de subir. O caminho, florido ou não, está sendo trilhado.