De contrato novo, até maio de 2018, Andrezinho vive uma fase singular no Vasco da Gama. O meia é um dos remanescentes da temporada passada, quando o time foi rebaixado de divisão no Campeonato Brasileiro, mas que não ficaram marcados pelo episódio. Atualmente, é titular absoluto no meio-de-campo e tem a responsabilidade da criação ao lado de Nenê.
A chegada de Andrezinho, no ano passado, não teve como consequência a vaga no time que começava jogando nos desafios do Campeonato Brasileiro. Com o tempo, o jogador revelado nas categorias de base do Flamengo e com uma passagem pelo Botafogo se firmou. Na análise sobre sua história no clube de São Januário, o meia atribui a importância da boa recepção que teve.
- Na minha chegada eu tinha convicção do que estava fazendo, foi uma decisão pensada de vir para o Vasco independentemente da situação que o clube se encontrava. Fui recepcionado da melhor maneira possível por diretoria, jogadores e comissão técnica, e principalmente pelos torcedores. Isso fez com que eu me empolgasse ainda mais e me doasse ao máximo para me firmar. Infelizmente, não conseguimos a permanência na Série A, mas conseguimos algo histórico, um time ser rebaixado e ter a valorização do elenco, reconhecimento de torcedores e imprensa. Agora é manter, pois tenho certeza que se continuarmos como estamos teremos muitas vitórias - analisou o meia.
Muitos consideram a partida contra o Flamengo, pela primeira fase da atual edição do Campeonato Carioca, como o ponto alto de Andrezinho defendendo as cores do Vasco. Na ocasião, apesar de não ter participado da gol da vitória por 1 a 0, o meia deu uma "caneta" em Willian Arão, do Rubro-Negro. Posteriormente, o camisa 7 do Gigante da Colina se referiu ao lance de um jeito que viralizou nas redes sociais.
- Essa frase ficou marcada. Muitos amigos brincam até hoje. Mais uma vez, falo que dá pra fazer um futebol com leveza, responsabilidade, respeito, claro. Mas dá pra brincar também. O futebol precisa disso e tomara que muitos outros jogadores possam tomar essa sopa com garfo - lembrou o jogador.
Meia pede amição aos jovens em caso de eventuais propostas da China
Antes de voltar a ter destaque no futebol brasileiro, já com a camisa do Vasco, Andrezinho defendeu o Tianjin, da China. A retorno ao Brasil foi justamente em um momento que muitos jogadores importantes do futebol brasileiro optaram pelo país oriental. Ao ser questionado sobre o conselho que daria para um jogador mais jovem, usando o exemplo do emergente Caio Monteiro, citou as diferenças entre idades como ponto fundamental para a tomada de decisão.
- A situação é diferente. O Caio Monteiro, de 19 anos, tem um futuro imenso pela frente e uma qualidade que a gente está vendo. Pra ele, o futebol chinês não seria indicado no meu modo de ver. Eu fui pra China, mas já tinha 29 anos, em uma situação totalmente diferente. Ele vai ter outros mercados e a ambição precisa ser maior, de chegar a uma Seleção principal, de ser ídolo no Vasco e ganhar títulos. Penso que esses garotos precisam ficar um pouco mais no Brasil - disse Andrezinho, generalizando sobre a situação dos jogadores jovens do Vasco.
Hoje com 32 anos, Andrezinho também falou sobre outros assuntos, como mais detalhes da sua volta do futebol chinês e se há preferência na disputa de algum clássico no futebol do Rio de Janeiro. Confira outros trechos da conversa de Andrezinho com a reportagem do FutRio.net.
Momento no time do Vasco
- Hoje me sinto muito feliz e isso reflete dentro de campo. Você pegar uma comissão técnica igual a que a gente tem aqui, que sabe trabalhar, que priva muto pela qualidade e não a quantidade do trabalho. A gente tem um grupo de oito, nove jogadores acima de 30 anos no time titular e a equipe vem mantendo um ritmo muito forte, como foi no Campeonato Brasileiro do ano passado.
Renovação e planos para o futuro
- Minha vontade sempre foi permanecer. Tenho mais dois anos de contrato. Não gosto de fazer mutos planos lá pra frente porque o futebol é muto dinâmico, mas a princípio pretendo ficar no Vasco e, quem sabe, encerrar a carreira aqui.
Ida para a China e retorno ao Brasil
- Uma decisão muito pessoal. Claro que quando decidi ir para a China, e a gente não pode ser hipócrita, todo jogador que vai para China não pensa em outra coisa a não ser o lado financeiro. Ninguém vai pensando na ambição no futebol ou qualidade de vida, é exclusivamente dinheiro. Fiquei por lá dois anos, sou grato ao Tianjin, o clube que eu estava. Mas chega uma hora que você quer ser feliz e eu mesmo, nas dificuldades, costumo rebobinar meu filme. Lembro que comecei jogando bola na rua com os amigos e não imaginava que viraria uma profissão. Então, quando você começa a pensar só no lado financeiro e acaba perdendo a paixão, fica difícil. Decidi voltar para ter de novo essa adrenalina, essa cobrança e competitividade que na China não tem. Acredito que não exista um campeonato tão competitivos quanto o brasileiro.
Clássico preferido no Rio de Janeiro
- Não escolho um clássico. O clássico em si é motivante, é diferente. Tive a oportunidade de jogar vários clássicos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul. O clássico importante é sempre o próximo, e dessa vez será o de domingo contra o Botafogo