O Vasco de Zé Ricardo opta por encarar o Campeonato Carioca menos como uma competição de pré-temporada e mais como uma oportunidade para acumular o máximo de vitórias diante de sua torcida. Acaba que testa menos do que os rivais e prioriza dar entrosamento a um time titular já definido mesmo com tão pouco de treino. Isso tem seus prós e contras.
Nesta quarta-feira, na vitória por 1 a 0 sobre a Portuguesa, o lado ruim dessa estratégia se sobressaiu. Foi o quinto jogo em 15 dias, uma sequência que cobra um preço. Faltou a intensidade de outros jogos, o que tornou o Vasco uma equipe lenta e previsível. Não houve tempo, praticamente, para corrigir nos treinamentos os erros cometidos ainda na primeira rodada. É natural que, com o passar dos jogos, eles passem a ser mais explorados pelos times adversários. O sistema defensivo ainda é uma fraqueza evidente do cruz-maltino.
O jogo valeu pela manutenção do embalo para o primeiro clássico do ano, domingo, contra o Botafogo. Mas é possível se permitir testar outras formações.
Nenê, mesmo descansado, por ter folgado na rodada passada, sentiu o campo pesado e a marcação dura da Portuguesa. Não fosse a categoria costumeira na cobrança de pênalti, sofrido por Gabriel Pec no segundo tempo, o camisa 10 passaria sem ser visto.
O elenco à disposição é inegavelmente curto, mas o time titular não deveria ser fechado tão cedo. Ao menos três jogadores atualmente reservas poderiam ganhar mais minutos em campo. O zagueiro Cangá foi destaque contra o Madureira. O lateral-esquerdo Riquelme, um dos poucos que não saíram queimados da Série B, é reserva de Edimar.
Getúlio, autor de dois gols sobre o Madureira, é outro que pede espaço. Não necessariamente no lugar de Raniel, que segue sendo perigoso como centroavante. Nesta quarta, Getúlio entrou no lugar de Bruno Nazário. Talvez fosse uma oportunidade para que essa mudança ocorresse logo de saída.