Chamado de "Podrinho" em função das seguidas lesões que nunca o abandonaram durante a carreira, o meia Pedrinho, 31 anos, garante que jamais ficou incomodado com o apelido escolhido pelos rivais para tripudiar sobre suas três cirurgias nos joelhos e outras contusões menos graves.
"Ser sacaneado, chamado de \"Podrinho\" nunca me afetou. Cheguei a pensar em encerrar a carreira por causa das lesões, mas algo me dizia que daria a volta por cima. Hoje, estou inteiro e vou dar meu melhor. Será um começar de novo", disse o meia.
Pedrinho estará no banco de reservas de São Januário diante do Náutico, neste domingo, ansioso para disputar sua 60ª partida seguida sem lesão. Ele tem os números como melhor resposta para os que ainda duvidam de sua recuperação física.
Desde janeiro do ano passado, quando foi contratado pelo Santos após um 2006 de seguidas contusões pelo Fluminense, a vida do apoiador é só alegria. "Já são 59 jogos bem disputados, sem lesão. E marquei 12 gols. Eu me sinto orgulhoso", disse o meia, que veio do Al-Ain, dos Emirados Árabes.
Pedrinho superou duas cirurgias no joelho direito e outra no esquerdo. Uma delas foi em 1998. Campeão da Libertadores com o Vasco, ele ainda foi convocado para defender a Seleção. No jogo diante do Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, o atleta levou uma entrada dura do zagueiro Jean Elias e foi cortado do time nacional.
Psicologicamente bem, Pedrinho prefere falar do presente. "Fui campeão paulista de 2007 pelo Santos, vice-campeão brasileiro e chegamos às semifinais da Libertadores, sendo eliminados pelo Grêmio", enumera o jogador.
Fã de tatuagens, Pedrinho tem três pelo corpo. Além de um tubarão no braço direito e um lobo no esquerdo, o atleta guarda uma com carinho no pulso direito. Na pele, ele mostra a dimensão de sua paixão pelo clube que o revelou e no qual pretende encerrar a carreira.
"É uma palavra escrita em japonês, que significa eternidade. É o tamanho do amor, gratidão, respeito e carinho que tenho pelo Vasco", emociona-se Pedrinho, que conquistou cinco títulos na Colina: dois Brasileiros, uma Libertadores, uma Copa Mercosul e um Estadual.
Revelado no futsal de São Januário com apenas 6 anos, o meia não hesitou em ajudar o time neste momento difícil do Campeonato Brasileiro. "Cresci no Vasco e quando a gente ama o clube, não tem jeito. Por isso, topei o desafio", declarou.
Nessa volta pra casa, Pedrinho faz apenas uma ressalva. "Só não sou salvador da pátria. Dependo do grupo e o grupo depende de mim. Temos de nos unir para tirar de vez o Vasco dessa situação", finalizou o meio-campista.