Apenas seis jogadores do Vasco foram titulares em todos os jogos que disputa

RIO - Do goleiro ao atacante, o torcedor trava a língua na hora de escalar o time titular do Vasco. Seja por suspensão, problemas médicos ou opção do treinador, a equipe teve sua escalação alterada constantemente em quatro meses. Dos 30 jogadores do elenco, apenas seis foram titulares em todas as partidas que disputaram: Fernando Prass, Fernando, Élton, Nílton, Gian e Márcio Careca. Quatro deles estiveram em campo na vitória do Vasco sobre o ASA por 3 a 1 na quarta-feira que classificou o time para as oitavas de final da Copa do Brasil.

Contra o Duque de Caxias, domingo, na última rodada da Taça Rio, o rodízio indigesto continuará, porque Rafael Carioca foi suspenso por quatro jogos pelo Tribunal de Justiça e só voltará se o Vasco for à final do Estadual. Uma cotovelada em Juan, do Flamengo, foi o motivo da punição.

O zagueiro Titi também foi julgado por ofender um bandeirinha na mesma partida. Mas levou apenas uma advertência. Ao todo, Titi já ficou suspenso por três rodadas. Em uma delas, por ter levado o terceiro amarelo. Nas outras duas, por ter feito falta violenta e ser expulso.

Carlos Alberto volta na última rodada

Com a punição de Carioca, o técnico Gaúcho jogará com um meio-campo diferente daquele que terminou o clássico com o Fluminense. Ainda mais porque Carlos Alberto estará de volta ao time depois de ser poupado contra o ASA. Pelo menos, a entrada do capitão desde o início ajuda no desempenho do time em um jogo fundamental.

- Ele é um jogador decisivo. Quando não joga, faz falta mesmo - declarou Dodô.

Sem Carlos Alberto, que estava machucado o ex-técnico Vagner Mancini sofreu a sequência de três derrotas seguidas que culminaram na sua demissão. O treinador testou jogador atrás de jogador, montou o time no esquema 4-4-2, trocou pelo 3-5-2 e voltou ao 4-4-2. Enquanto os jogadores se queixavam da indefinição de um time titular, Mancini dizia que o rodízio faria bem.

- Ninguém vai poder dizer que não recebeu uma chance - afirmou, às vésperas de ser demitido.

Mancini só esqueceu de um jogador: Matias Palermo. Desde que chegou ao clube, em janeiro, o argentino só disputou uma partida amistosa com um combinado de jogadores de Vitória (ES), na pré-temporada. O atacante treina todos os dias e vai aos jogos como torcedor, porque é o único que nunca ficou sequer no banco de reservas.

Nem mesmo os jogadores que chegaram a São Januário este ano com pompa de titulares absolutos puderam desfrutar dessa posição. O próprio Rafael Carioca, dos 13 jogos, foi titular em 10. Rafael Coelho, um dos artilheiros da Série B ao aldo de Élton, fez nove jogos, seis desde o início. Até mesmo a revelação Philippe Coutinho começou no banco. No início do ano, a ideia era tirar os holofotes do garoto de 17 anos, que já estava vendido ao Internazionale de Milão. Dodô, que caiu de produção após um começo fulminante, atuou em 18 partidas, 14 como titular.

- Por mais experiente que seja, o jogador sente. A gente vive de sequência de jogos, isso é ainda mais complicado com os atacantes - explicou Dodô, que é o artilheiro da equipe no Carioca, com 9 gols.

A diretoria prefere não reconhecer um erro de planejamento em apostas que não corresponderam ainda em campo, como Léo Gago, Élder Granja, e também Coelho e Carioca. Com o discurso de que é preciso dar tempo ao tempo, nenhuma grande mudança será realizada por enquanto.

- O Vasco montou um elenco para a temporada 2010. E é com ele que vamos até o fim - disse o diretor executivo Rodrigo Caetano.