Após mais uma reunião da Junta Deliberativa, as eleições presidenciais de 2014, enfim, têm data para acontecer no Vasco: 6 de agosto. Mas nada está garantido. O delegado responsável pelo inquérito sobre a polêmica do "mensalão", Maurício Luciano, fez um pedido ao Ministério Público para que o pleito seja suspenso até a conclusão das investigações. A aprovação é esperada nos próximos dias.
Na última semana, o presidente da Junta Deliberativa, Olavo Monteiro de Carvalho, havia adiado a marcação da data das eleições devido a um ofício do delegado Maurício Luciano. O documento, no entanto, não tem valor oficial, e o grupo político de um dos candidatos à presidência, Eurico Miranda, fez pressão para que a data fosse definida, como ocorreu em nova reunião nesta segunda-feira.
Agora, uma nova ordem judicial deve adiar, novamente, a marcação do pleito, e, consequentemente, estender o mandato do atual presidente, Roberto Dinamite, que terminaria no dia 8 de agosto.
A grande polêmica é se os cerca de 3 mil sócios que aderiram ao quadro do clube em abril de 2013 poderão ou não votar. Candidatos à presidência, Eurico Miranda e Roberto Monteiro são acusados de terem pagado as mensalidades dos novos associados em troca de votos nas eleições deste ano.
Participaram da reunião desta segunda o presidente da Junta Deliberativa, Olavo Monteiro de Carvalho, o presidente do Conselho Fiscal, Hélio Donin, o presidente do Conselho Deliberativo, Abílio Borges, o presidente do Conselho de Beneméritos, Eurico Miranda, e o presidente administrativo, Roberto Dinamite.
Bombas, ameaças e tentativa de furto
Na última segunda-feira, um suposto grupo dos sócios do "mensalão" protestou em frente a São Januário durante a reunião da Junta Deliberativa. Faixas como "Eu entrei de sócio pela porta da frente, quero votar!", "Exigimos nosso direito a voto!", "Outro golpe, Olavo?", "Três mil sócios contra vocês, golpistas" e "Chega de discriminação!" foram exibidas, e uma bomba chegou a ser atirada próximo à entrada principal do clube.
Na sexta, o Coronel Tadeu Correia da Silva, responsável pela Comissão de Sindicância que comanda investigações internas sobre o caso e também pré-candidato à presidência, teve as fichas dos associados "sub judice" retiradas da sua sala em São Januário. O candidato também vem recebendo ameaças de grupos políticos rivais. A polícia foi acionada, as fichas foram devolvidas e as chaves da sala passaram a ficar com o delegado Maurício Luciano.
Na noite de domingo, um grupo supostamente ligado a Eurico Miranda esteve no clube e levantou suspeita de uma tentativa de arrombamento da sala. A polícia foi chamada novamente, e nada aconteceu. O clima, no entanto, é cada vez mais quente no cenário político do Vasco.
Além de Eurico, Roberto Monteiro, e Tadeu Correia da Silva, o ex-vice de finanças, Nelson Rocha, é outro pré-candidato às eleições do Vasco. O atual mandatário, Roberto Dinamite, não se manifestou oficialmente, mas muito dificilmente se candidatará ao terceiro mandato consecutivo.
Uma "terceira via" de oposição, apoiada por figuras como Edmundo e o ex-vice de finanças Eduardo Machado, ainda articula mais uma candidatura. A expectativa é pelo lançamento do nome de Fernando Horta, presidente da escola de samba Unidos da Tijuca, ou do ex-vice presidente geral Jorge Salgado, que ainda aguardam a definição sobre o caso do "mensalão". Uma outra opção da candidato seria Léo Gonçalves, presidente do grupo Cruzada Vascaína.