A ladeira que leva o Vasco para a classificação à final do Campeonato Carioca ficou mais íngreme. Depois de perder o jogo de ida por 1 a 0 para o Flamengo, nesta quarta-feira, o time de Zé Ricardo terá que vencer por dois ou mais gols de diferença para jogar a decisão. Edimar, um dos mais experientes do elenco, garante que o puxão de orelha já foi dado no vestiário e evoca o mantra do "time da virada" para o jogo da volta no próximo domingo.
O Vasco não fez grande partida no Maracanã, principalmente no primeiro tempo, quando permitiu a pressão do Flamengo. Para o segundo jogo, o lateral-esquerdo de 35 anos diz que a equipe não pode "se defender tanto".
- Nossa mentalidade tem que ser a do segundo tempo, tentar jogar um pouco mais, interpretar melhor o jogo, a forma como o Flamengo joga e não se defender tanto, tentar sair mais para o jogo. Acho que é isso que a gente vai fazer no domingo - afirmou ele na zona mista.
"Como a gente canta que o Vasco é o time da virada, essa é a nossa mentalidade, a nossa perspectiva para o jogo de domingo. Que a gente vai vir aqui no domingo e fazer um grande jogo em busca do resultado que vai nos levar à final", completou.
Jogador do Vasco com a maior precisão em passes na partida (acerto 24 de 25, 96% de aproveitamento) Edimar reconhece que a equipe precisa de ajustes para o jogo da volta. Para ele, o Flamengo "não é um bicho de sete cabeças".
- Temos que jogar um pouco mais, botar a bola no chão, dar uns sustos na equipe do Flamengo. No segundo tempo conseguimos jogar mais um pouco, a equipe do Flamengo não é um bicho de sete cabeças. Temos que acreditar que realmente temos um time capacitado e que podemos fazer um grande jogo no domingo - disse o lateral, que ainda destaca a falta de entrosamento:
- Mais do que eu, vocês sabem que para fazer um trabalho de entrosamento demora um certo tempo, isso não é desculpa. Temos um grupo de 16 jogadores novos, não temos tempo para treinar, calendário muito apertado. Mas ali dentro de campo nossas decisões têm que ser melhores, botar mais a bola no chão. Temos jogadores experientes. Precisamos mostrar para o rival que podemos enfrentá-lo de igual para igual - afirmou.
"Árbitros sempre deixam uma dúvida"
As decisões da arbitragem também foram tema da entrevista de Edimar, que reclamou bastante do pênalti dado para o Flamengo no primeiro tempo. Na visão dele, a bola bateu na cabeça do zagueiro Anderson Conceição antes de resvalar no braço.
- Duvidoso, né. Tão duvidoso que o VAR chama ele para decidir. Pelo que eu vi, porque eu estava próximo, eu vi o contato com a cabeça do Anderson, e o braço não tem como ele tirar. É uma decisão do árbitro, a gente está em campo para fazer a nossa parte, que é jogar bola. Mas as decisões dos árbitros sempre deixam uma dúvida - se queixou ele, que também explicou o que Nenê foi falar com o árbitro no lance:
"O Nenê falou que o braço do Anderson estava muito próximo do corpo. Não tem como, daqui a pouco a gente vai ter que jogar sem os braços. Como falei, é uma interpretação do árbitro, estamos lá dentro para fazer a nossa parte. Mas essas decisões não podem pesar somente para um lado", concluiu.