Vasco foi irreconhecível em Salvador. A atuação muito abaixo da média, até pior do que em outros resultados ruins, resultou em um cenário muito complicado na Copa do Brasil. Para ir às quartas de final, o Cruz-Maltino precisará vencer o Bahia por 4 a 0 em São Januário, na partida de volta das oitavas. E todo mundo sentiu o peso disso no vestiário depois do jogo.
O técnico Zé Ricardo, sempre participativo, se absteve de qualquer comentário individual com os jogadores e não conteve o abatimento. Até na entrevista coletiva, bem depois da partida, o treinador não conseguiu esconder o semblante de preocupação - soltou até um palavrão no iníco de sua última resposta, como um desabafo.
- P..., estamos tão chateados quanto o torcedor... - começou Zé.
Ali, o técnico colocava para fora, mesmo que timidamente, um pouco do que estava sentindo depois de ser completamente dominado pelo Bahia na Fonte Nova, numa noite em que o Vasco não conseguiu trocar passes, marcar e dar o mínimo de trabalho para o adversário, ficando bem longe da sequência da Copa do Brasil.
Essa foi a terceira goleada que o Vasco sofreu desde 19 de abril, quando perdeu por 4 a 0 para o Racing na Argentina. Depois disso, ainda foi goleado pelo mesmo placar pelo Cruzeiro, em São Januário. Os dois jogos pela Libertadores.
Em nenhum deles, porém, Zé Ricardo mostrou tanto abatimento quanto depois de perder para o Bahia - na entrevista coletiva, concordou com todas as críticas e admitiu que é a hora de mudar. As decisões do treinador, como a insistência em Wellington e especificamente nesta noite o improviso do zagueiro Werley na lateral direita, começam a ser contestadas nos bastidores.
A diretoria confia no trabalho de Zé Ricardo e entende que a sequência é o melhor caminho para o Vasco. O técnico disse para os jogadores, depois de perder por 4 a 0 para o Cruzeiro, que não vai largá-los.