Futebol

Apesar de protestos, portões de São Januário seguiram fechados

O primeiro treino da seleção brasileira repetiu o roteiro de quase todos os trabalhos da equipe de Luiz Felipe Scolari na Copa das Confederações, com pressão do público para que o portão fosse aberto. Mais uma vez, no entanto, isso não aconteceu, deixando cerca de 500 pessoas do lado de fora de São Januário, incluindo uma fã especial de Neymar.

Mayara Teixeira tem 26 anos, é portadora de síndrome de Down e vizinha do estádio do Vasco, que abrigou a seleção nesta sexta. Sorridente e animada, ela foi com a mãe, Kiu, ao portão principal de São Januário à procura de um vislumbre do ídolo Neymar.

Nada que ela já não tivesse visto antes. Em uma passagem anterior do atacante pelo estádio, Mayara aproveitou para tirar várias fotos do atacante. “Ele foi legal e me chamou de princesa”, disse a fã, que carregou uma foto com o ex-santista e um álbum de retratos dela com várias personalidades do futebol.

Nesta sexta, ela não poderá aumentar seu livrinho de recordações. Como tem sido praxe durante a competição, a seleção treinou de portões fechados. “É determinação da Fifa, não tem como abrir”, explicou Sérgio Murilo, que se apresentou como gerente-geral do Vasco e estava coordenando a segurança da entrada principal.

A explicação não contentou os torcedores, que pediam para que Felipão liberasse o portão e chegaram a ameaçar, em tom de chacota, um protesto na porta de São Januário. A referência brincalhona foi o suficiente para que o alerta fosse dado.

No auge da animação do público, empolgado com as câmeras dos jornalistas, quatro policiais militares se posicionaram em frente ao portão. “É só para garantir, você pode ver que quem está aqui são crianças, não vai acontecer nada”, disse um deles à reportagem, em tom tranquilizador.

A pressão do público já deu dores de cabeça à seleção nessa Copa das Confederações. Em Goiânia, no início da preparação, a clausura na qual o time se fechou incomodou a cidade, que tanto fez que finalmente pôde ver o último trabalho do time antes da viagem a Brasília.

Em Fortaleza, a pressão se repetiu no treino realizado no estádio Presidente Vargas. Na ocasião, um boato fez com que 5 mil pessoas fossem ao local. Felipão cedeu aos pedidos e autorizou a entrada, mas disse ter levado uma reprimenda posterior da Fifa.

Quando a seleção foi vaiada no estádio do Pituaçu, em Salvador, o treinador novamente voltou ao tema e explicou que o treino fechado é uma norma da Fifa, e que não repetiria o gesto de Fortaleza na capital baiana.

Fonte: Uol
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