Rio - No dia seguinte após a derrota para o São Paulo, o capitão Juninho abriu o verbo e admitiu que o risco de o Vasco mergulhar novamente no inferno da Segunda Divisão é real. Se não bastasse o péssimo futebol exibido na competição, fora de campo impera o caos financeiro, que impede a diretoria de obter as certidões negativas e ficar em dia com os atletas.
Já são quase três meses de salários atrasados e o risco de rebaixamento aumentou para, segundo o matemático Tristão Garcia.Para piorar, a reaparição do ex-presidente Eurico Miranda , faltando dez meses para a eleição presidencial, só traz mais incertezas sobre o futuro político do clube.
“A nossa realidade hoje é fugir do rebaixamento. Nós temos que assumir isso. Se hoje somos 17º colocado não temos como dizer que ficaremos entre os quatro primeiros. Mas não é uma coisa que a gente está assumindo que vai acontecer. Se vencermos quarta-feira (Vitória) teremos a possibilidade de sair dessa zona de desconforto e dar uma respirada”, analisou.
Juninho analisa fase complicada do VascoFoto: Márcio Mercante / Agência O Dia Ídolo da torcida, Juninho reconhece que os constantes atrasos de salários tem afetado o moral do grupo.
“Para você exigir o máximo dos jogadores tem que dar as melhores condições. Salário é sagrado. Sei que existe uma luta muito grande para acabar com a penhora de 100% das verbas e pagar. Mas mais uma vez faltam 15 dias para entrar no terceiro mês. É sempre arriscado tendo jogadores mais jovens como o Marlone o Jomar no grupo”, disse Juninho referindo-se à possibilidade de alguns atletas entrarem com uma ação na Justiça para deixar o clube. Como fez o volante Nílton no início do ano, quando trocou o Vasco pelo Cruzeiro alegando falta de pagamento de salários.
Apesar de o momento ser negativo, o capitão vascaíno acredita em dias melhores.
“Conversamos até mais tarde no vestiário. A gente conversa muito mais hoje do que o grupo de 2011. Existe muito mais comprometimento e uma relação de respeito muito maior do que em 2011”, comparou o camisa 8 admitindo porém, que falta um pouco mais de talento hoje.
“O grupo de 2011 tinha mais jogadores que faziam a diferença. Tínhamos uma bola parada ofensiva mais forte, mais opções. Mas em compensação não tinha tanta responsabilidade como deveria ter. Se tivéssemos poderíamos ter ganhado o Brasileiro”.