Juninho tem apenas um ano como profissional, mas já experimentou os dois lados da moeda na carreira. Efetivado no elenco principal do Vasco no início desta temporada, o camisa 50 teve altos e baixos e ressurge como alternativa após entrar bem no clássico contra o Flamengo. Ele vem sendo testado e tem chance de começar a partida contra o Fortaleza.
A temporada de estreia tem sido uma verdadeira gangorra para Juninho. Talento, boas atuações e elogios contrastaram com problemas dentro e fora de campo. Agora, no jogo decisivo contra o Fortaleza, na quarta-feira, surge uma nova oportunidade para o jovem, que recém completou 20 anos, se firmar na equipe.
O sobe e desce de Juninho é tão grande que, em pouco mais de um mês sob o comando de Luxemburgo, o meia foi de titular elogiado à reserva que nem entrava em campo. Ele não foi aproveitado nos três jogos que antecederam o clássico, ficando no banco durante os 90 minutos contra Atlético-MG, Palmeiras e Bahia.
Diante do Flamengo, na última quinta, o garoto entrou no segundo tempo e mudou a cara do Vasco.
- Juninho emagreceu, tem treinado bem, mereceu oportunidade. Botei no intervalo do jogo, e ele teve atuação muito boa. Jogou por fora, depois por dentro, e conseguiu limpar as jogadas. Talentoso, tem muita qualidade, mas estava acima do peso. Precisava dar uma enxugada - disse Luxa após o clássico.
Embora o treinador tenha citado o peso de Juninho, o ge apurou que o meia não teve mudanças físicas significativas recentemente. E fica a questão: por que um jogador talentoso, em um Vasco com carência técnica, tem tanta dificuldade para ter uma sequência e se firmar? Veja abaixo a montanha-russa da ainda curta carreira do camisa 50 da Colina.
A gangorra de Juninho
Brilho na Copinha e elogios no profissional
Destaque do Vasco na Copa São Paulo de juniores, em janeiro, é efetivado e estreia bem no time principal, contra o Flamengo. Ganha pontos com Abel Braga e com a torcida, mas oscila em campo, assim como todo o time do Vasco na péssima campanha no Campeonato Carioca. A equipe não se classificou para semifinais de turno.
Impasse e treinos à parte
A volta aos treinos após a paralisação do futebol por conta da pandemia, no entanto, apresentou uma nova realidade para Juninho. Após impasse na negociação de renovação, foi afastado e passou a treinar à parte. Na época, ele trocou de empresários, e o Vasco alegou que a pedida salarial estava fora da realidade. O vínculo acabaria em junho de 2021.
Renovação e volta ao time
Após uma negociação arrastada, o Vasco entrou em acordo com os representantes de Juninho, que foi reintegrado em agosto e renovou até dezembro de 2023. Na volta ao time, fez boas partidas e teve atuações de destaque contra Bragantino e Santos.
Lesão e ostracismo com Sá Pinto
Com contrato renovado e boas atuações, parecia que, enfim, Juninho engrenaria e teria uma sequência. No entanto, em seguida, viveu seu maior ostracismo desde que subiu para o profissional. Primeiro foi uma lesão muscular, e depois um problema odontológico.
Quando se recuperou, encontrou outro obstáculo: Ricardo Sá Pinto. A falta de comprometimento tático e a postura fora de campo de Juninho não agradavam ao treinador, que pouco aproveitou o camisa 50. O português nem fez questão de disfarçar quando questionado por jornalistas sobre a ausência do meia.
- Taticamente precisa evoluir muito - disse.
Nesse período, o meia também se envolveu em polêmica nas redes sociais, ao postar uma foto na praia, sorrindo, após mais uma derrota do Vasco, com o time no Z-4. Sobraram críticas de torcedores pela suposta falta de comprometimento.
Nova chance e elogios
Ao chegar ao Vasco, Luxemburgo fez seis mudanças no time. Uma delas foi a entrada de Juninho. O treinador, inclusive, elogiou o meia em sua apresentação e também o classificou como "namorador".
Nos primeiros jogos de Luxa, Juninho se destacou como substituto de Benítez, foi um dos protagonistas na vitória por 3 a 0 sobre o Botafogo e recebeu elogios públicos da comissão técnica.
- Ele é belíssimo, tem qualidade fantástica. A gente o conhecia, mas agora ele deixou uma ótima impressão. Se ele conseguir manter a performance nos 90 minutos, é um atleta belíssimo. Não conhecíamos tão bem, agora nesses 10 dias que ele nos mostrou toda a capacidade técnica e tática. Cumpriu tudo o que foi pedido - elogiou Copertino, auxiliar de Luxa.
- Ficamos bem impressionados. Se mantiver o nível... Ele tem conquistado a nossa confiança. Ele tem um talento especial, o que pode ajudar o clube em uma futura venda. Ele é técnico, mas nos surpreendeu taticamente. Ele pegou rapidamente o que o Vanderlei queria em dois ou três trabalhos táticos - concluiu Copertino.
Período em baixa e ressurgimento no clássico
O encantamento durou pouco. Na derrota por 4 a 1 para o Bragantino, Juninho foi substituído aos 29 minutos do primeiro tempo. E demorou a voltar. Ficou fora nas três partidas seguintes e não entrou em campo contra Atlético-MG, Palmeiras e Bahia. Ressurgiu bem, no entanto, no segundo tempo do clássico contra o Flamengo e, mais uma vez, foi elogiado.
Mais uma chance surge, e a tendência é que Juninho tenha oportunidade como titular contra o Fortaleza. Quem sabe agora, na reta final da temporada, ele terá a tão esperada sequência?