O chute de fora da área que acertou o ângulo foi o cartão de visitas de Willie. Em sua primeira partida como titular do Vasco, ele brilhou, mesmo na derrota por 5 a 3 para o Cruzeiro no Mineirão. O choro que tomou conta da comemoração do primeiro dos dois gols marcados no último domingo representou as lembranças de uma carreira que terminou antes mesmo de começar. Obrigado a sofrer uma cirurgia em dezembro do ano passado para corrigir uma arritmia cardíaca, o atacante de 20 anos chegou a pensar que não poderia mais jogar futebol. Por isso, a atuação é comemorada, mas ao mesmo tempo sabe que precisa manter o ritmo para se firmar.
- Os médicos disseram que eu poderia voltar depois da cirurgia, mas mesmo assim fiquei muito preocupado com a chance de dar errado. Como muitos jogadores, pensei em largar a carreira. Foi um baque, um susto grande. Então o choro foi para desabafar alguma coisa que estava presa dentro de mim. Só jogando futebol posso expressar minha alegria - disse ele, que está emprestado ao Vasco pelo Vitória até o fim do ano.
A euforia que tomou conta do Vasco com a atuação de Willie é na mesma proporção a preocupação de preservá-lo. Dorival Júnior deixou claro após o jogo contra o Cruzeiro que o atacante precisará de uma sequência de boas partidas para se firmar como titular. O treinador, inclusive, deve promover a volta de Pedro Ken ao time contra o Náutico, nesta quinta-feira, e deixar o atacante no banco de reservas.
Ciente de que a principal vitória de sua carreira já foi alcançada – o simples direito de jogar futebol – Willie diz apoiar a decisão do técnico e garante que vai esperar com paciência cada oportunidade de entrar em campo pelo Vasco, o que aconteceu apenas quatro vezes.
- Concordo com o Dorival. Não dá para expor totalmente um jogador que mal chegou. A estreia foi boa, mas de repente joga mais uma partida e não se firma. É preciso ter calma - frisou.