O peso sobre os ombros de Adilson Batista foi imenso após a sequência de empates na Série B, que antecedeu a vitória sobre o Boa Esporte, em Varginha, e logo em seguida a paralisação para a Copa do Mundo. Ameaçado de demissão, vaiado pela torcida, o treinador viveu seu pior momento pelo clube. A turbulência parece ter dado um tempo e passa a depender dos próximos resultados. Falando mais abertamente sobre o assunto, em Atibaia, na primeira entrevista depois do reinício dos trabalhos, voltou a enumerar os obstáculos e se eximiu da inteira culpa pelo mau rendimento em campo.
- Eu não era o grande responsável pela classificação atual. Precisamos entender o futebol, lembrar que tivemos perdas importantes, jogos desgastantes decisivos e a busca por atletas que dessem respostas. Lançamos, tivemos coragem de colocar meninos, e não é da noite para o dia que se remonta um time. Tivemos que buscar um novo sistema. A hora que todo mundo estiver em condições, aí deve ser cobrado. Sei que existe a cobrança, as viagens, campos fechados, sem a nossa casa, e na Série B contra o Vasco é todo mundo à vera como se fosse final. Tem que entender isso acontece assim também, mesmo que nós tenhamos qualidade, com jogadores consagrados em grandes clubes, como o Vasco.
Para não expor os jogadores, logo após depois do 1 a 1 com a Portuguesa, sem Volta Redonda, Adilson assumiu para si a situação e deixou com a diretoria a decisão de mudar o comando. Antes e depois da partida seguinte, o grupo registrou seu apoio ao chefe, o que acabou ajudando a segurá-lo. Foram, então, 13 dias de descanso absoluto em Curitiba antes de voltar com o mesmo dinamismo e envolvimento marcantes à sua personalidade.
O treinador enfatizou que das 32 partidas em 2014, o Vasco foi derrotado somente três vezes - todas de forma irregular ou eventualmente injusta, acredita. A efetividade é uma das razões para Adilson não perder o rumo do que faz, mesmo que respeite as opiniões externas.
- O Vasco é o que mais finaliza na Série B. Tem que analisar o contexto, sabe? Sempre fui um cara tranquilo. Não tenho medo de perder emprego. Isso para mim... Tenho consciência do que estou fazendo, sei da grandeza do Vasco, da necesidade de ser campeão. Mas isso tudo é minha opinião, minha visão, e respeito a de vocês, a do torcedor. Estou dando as chances. Olha aí o Dakson, Edmílson um dia vai jogar com Kléber... Agora, quantos eu lancei nesse ano? E vê se teve briga, confusão no grupo... Só peço que analisem tudo.