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Aprovação de orçamento de 2012 está atrasado e sem previsão no Vasco

 Em meados de setembro de 2013, as contas do Vasco de 2012 ainda não foram analisadas pelo conselho fiscal do clube. Um trabalho que deveria ter sido realizado até a publicação do balanço de cada clube, no final de abril, ainda se arrasta em São Januário. No atual estágio, a administração do clube se movimenta para devolver os pedidos de explicações e os comprovantes de pagamento que nunca passaram pelo Conselho Fiscal, que após toda a análise de documentos contábeis do Vasco emite um parecer de aprovação ou de reprovação das contas do último ano vascaíno. As contas da administração Roberto Dinamite foram reprovadas pelo Conselho Fiscal em 2009, 2010 e 2011.

A análise parcial das contas de 2012 já começou com atraso de três meses. Isto porque o balanço de 2011, que obteve originalmente parecer de reprovação dos fiscais do clube, só foi aprovado em fevereiro no conselho deliberativo e, após essa etapa, o conselho fiscal começou a analisar o ano de 2012 somente em março. Seis meses depois, ainda não foram entregues todos documentos contábeis e balancetes para serem analisados, o que já prejudica o controle das finanças deste ano. Para amenizar o problema, o presidente do conselho fiscal Hélio Donin solicitou uma entrega parcial das contas de 2013.

- Pedimos para receber os resultados contábeis do primeiro semestre de 2013 até semana que vem. Teremos que fazer um trabalho em paralelo, mas não tem outro jeito. Precisamos verificar o que foi gasto em 2013 até para poder fazer o pedido de suplementação orçamentária para o ano que vem - explica Donin, referindo-se à elaboração do orçamento de 2014.

 Sem vice de finanças desde setembro do ano passado - quando Nelson Rocha entregou o cargo -, o presidente Roberto Dinamite delegou poderes para o diretor geral Cristiano Koehler e o diretor financeiro Jorge Almeida. O clube publicou o balanço financeiro na data prevista pela lei (30 de abril), mas sem qualquer detalhamento e com problemas já encontrados pelo conselho fiscal do clube.

- Até hoje não recebemos o balanço detalhado, com notas explicativas, recibos e uma série de documentos. Fizemos nesse tempo uma auditoria do que encontramos e fomos pedindo ao clube. Mas faltam muitas coisas. Há pagamentos a determinadas empresas em que não há notas fiscais anexas, por exemplo - explica o presidente do Conselho Fiscal do Vasco, Helio Donin.

O diretor financeiro do clube, Jorge Almeida, que chegou ao Vasco no início de julho, disse que de todas as pendências apontadas pelo conselho fiscal “70% a 80%” já foram encontradas.

- Estamos atrás de algumas notas, mas vamos concluir até o final do mês, acredito. Não há nada de irregularidade, são coisas que às vezes o lançamento contábil não é feito ou a nota vai parar no departamento de patrimônio, enfim. Fiz uma comissão para buscar toda a documentação pendente e vamos atendê-los, nem que tenha que ir até o fornecedor para solucionar o caso - diz Jorge Almeida.

Para a aprovação das contas de 2011, a gestão Dinamite teve uma ajuda inesperada. Depois da recomendação de reprovação, o tema foi à votação em outubro do ano passado, mas o ex-presidente Eurico Miranda e seu grupo político defenderam a extensão do prazo para modificações recomendadas e somente em fevereiro as contas foram aprovadas.

Auditoria sem resultado

Outro problema encontrado pelo conselho fiscal é o resultado de uma auditoria realizada pela KPMG, que foi contratada em outubro de 2012 para investigar os contratos de licenciamentos de marca do Vasco. Um dos principais objetos de análise era a parceria com a Penalty, motivo de desavenças e de reprovação das contas em anos anteriores. Porém, o balanço de 2012 não fez qualquer menção ao trabalho de auditoria e nem o conselho fiscal recebeu qualquer relatório sobre o que foi produzido.

A fornecedora de material esportivo repassaria valores inferiores ao do contrato original assinado com o clube, que também não teria controle sobre vendas e royalties dos seus produtos. A KPMG foi contratada em contrato de risco, com valor inicial baixo e com pagamento em percentual do que fosse encontrado na investigação.

O presidente do conselho fiscal diz que já cobrou algumas vezes o resultado da auditoria, mas não obteve retorno ainda. Apesar das irregularidades apuradas nas contas de 2012, ele preferiu não adiantar se a comissão deve recomendar novamente a reprovação do balanço do clube.

- Vamos esperar chegar toda a documentação que pedimos, ver se está tudo correto e aí vamos dar nosso parecer. Hoje não é possível dizer se há uma tendência de reprovação ou aprovação - diz Donin.

Fonte: ge
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