Um toque, simples e delicado. Isso foi o suficiente para Nenê superar a defesa do Botafogo e ajudar o Vasco a vencer o clássico por 1 a 0 em São Januário, no domingo. Bem vigiado pela marcação alvinegra durante toda a partida, o camisa 10 cruz-maltino aproveitou ínfimo momento de liberdade que teve para deixar Thalles na cara do gol no lance que definiu o jogo.
Em grande fase, Nenê foi a grande preocupação do sistema defensivo do Botafogo. Não recebeu marcação individual, mas foi isolado da partida nos primeiros minutos. Os alvinegros sufocaram a saída de bola do Vasco e obrigaram Marcelo Mattos, Julio dos Santos e Andrezinho a correrem no campo defensivo para achar um escape. O camisa 10 ficou distante dos companheiros e mal foi acionado. Assim, o Botafogo dominou o início do jogo.
Curiosamente, o lance que mudou tudo foi fruto da pressão alvinegra. Jordi, sem tanta habilidade para jogar com os pés, deu um chutão para a frente, Thalles ganhou pelo alto, e a bola sobrou para Nenê. Um rápido tapa em profundidade deixou o centroavante em boas condições de marcar, e o chute de canhota superou Jefferson.
- O craque faz a diferença num momento crítico, em que a equipe não está se encontrado bem. O Nenê não fez grande partida. Já vi o Nenê jogar muito melhor que hoje. Mas é isso: um jogador extremamente inteligente. Tem visão periférica maravilhosa de tudo que está acontecendo. É fundamental contar com ele – analisou Jorginho.
A partir do gol, o jogo mudou. O Botafogo sentiu o golpe e diminuiu a pressão, mas seguiu vigiando de perto o camisa 10, que para fugir tentou cair pelos lados, mas pouco produziu além de rápidas trocas de passe. Airton, Lindoso e Bruno Silva cuidaram bem do adversário, melhor até do que no último clássico, disputado há um mês, quando ofereceram muitos espaços ao craque vascaíno.
Na segunda etapa, o Botafogo se lançou mais à frente em busca do empate. Os espaços apareceram. E Nenê apareceu mais. O camisa 10 fez lindo lançamento para Andrezinho, num contra-ataque que poderia ter ampliado o placar, mas o companheiro desperdiçou. A lição alvinegra foi dolorosa: por mais que se marque o craque, um segundo é suficiente para que ele desmorone uma defesa.