O arbitral que acontece nesta sexta-feira na sede da Federação de Futebol do Rio (Ferj) deve ter o mesmo impasse que causou o racha político entre Flamengo e Fluminense e a entidade em 2015. Mas, ao que tudo indica, o debate deve transcorrer em tom mais civilizado. Dois fatores apontam para um desfecho menos turbulento: Flamengo e Fluminense enviaram, desta vez, representantes com ótimo trânsito entre os integrantes do arbitral, Michel Asseff Filho e Marcelo Penha, respectivamente. E a reunião está sendo supervisionada diretamente por um dirigente de peso na CBF, o secretário-geral Walter Feldman.
Fla e Flu são contra uma limitação de preços nos ingressos para o Estadual, a Ferj e os demais clubes da Primeira Divisão deverão propor uma tabela com preços máximos. Sem outras adesões, a dupla não tem força para se opor a qualquer decisão do "bloco". O presidente da Ferj, Rubens Lopes, recentemente ganhou pontos com o seu par na CBF, Marco Polo del Nero, pela postura diante da crise com a Liga. Lopes presidiu a assembleia geral que elegeu vice-presidente o Coronel Antonio Carlos Nunes.
Ainda não está claro se a presença de Feldman no arbitral é uma demonstração de força e união com a CBF por parte da Ferj ou se significa uma tentativa da entidade nacional de amenizar o diálogo entre a federação local e seus dois filiados, reduzindo, por tabela, também os problemas com a Primeira Liga, com a qual já houve uma reaproximação nos últimos dias. A eleição de Coronel Nunes indicou que pelo menos um dos filiados em guerra com a Ferj deseja o entendimento com a CBF, já que o Fluminense votou pela eleição do candidato apoiado por Del Nero - o Flamengo não compareceu e entregou uma "agenda mínima" de medidas para a entidade.